A Secretaria Municipal de Obras encaminhou ao vereador Adriano Rorato as respostas ao requerimento sobre a situação da malha asfáltica de Foz do Iguaçu. Embora o material apresente mapas, fotos georreferenciadas e explicações gerais sobre a metodologia utilizada, vários pontos essenciais permanecem indefinidos — especialmente no que diz respeito aos prazos, custos e planejamento efetivo para recuperação dos mais de 237 quilômetros de vias classificadas como “ruins”.
A secretaria afirma que o diagnóstico foi realizado integralmente com equipe própria, sem contratação de terceiros e sem custos adicionais ao município. No entanto, a pasta não detalha quantos servidores participaram, quanto tempo o trabalho consumiu ou quais recursos materiais foram empregados além do combustível.
O relatório também não apresenta um quadro consolidado que permita comparar, por região, a extensão dos trechos críticos, dificultando a compreensão da real dimensão do problema e da distribuição dos danos pela cidade.
Segundo as respostas, toda a classificação da malha viária foi feita a partir de vistorias visuais, utilizando aplicativos que registram fotos com data, hora e geolocalização.
Embora esse método garanta localização precisa, ele não inclui instrumentos de medição objetiva de profundidade, extensão de fissuras ou avaliação estrutural do pavimento — procedimentos que normalmente compõem diagnósticos completos utilizados em cidades de médio e grande porte.
A ausência de critérios quantitativos abre margem para subjetividade na classificação entre “regular” e “ruim”.
Cronograma indefinido e ausência de prazos concretos
O ponto que mais chama atenção nas respostas é que não existe prazo definido para iniciar a recuperação dos 237,8 quilômetros em condição crítica.
A secretaria afirma que o cronograma só será definido após a conclusão dos projetos executivos, sem previsão de quando esses projetos ficarão prontos.
Também não há indicação de quando os lotes serão licitados — informação essencial para garantir transparência e previsibilidade das obras.
Embora a pasta cite fatores como fluxo de veículos, rotas de ônibus e acesso a serviços essenciais, não há um sistema de pontuação, lista de vias prioritárias ou qualquer hierarquização concreta.
Sem esse detalhamento, o risco é que a definição de prioridades fique sujeita a critérios subjetivos ou decisões pontuais, sem planejamento público e transparente.
A secretaria informa que a recuperação da malha viária poderá contar com recursos próprios, convênios ou financiamentos, mas não apresenta nenhuma estimativa preliminar de valores, tampouco confirma a existência de tratativas em andamento.
Na prática, não há garantia de que o município já disponha dos recursos necessários para enfrentar o passivo detectado.
O levantamento aponta 114,2 quilômetros de vias em situação regular, que exigem ações preventivas para evitar deterioração.
A resposta da secretaria, porém, limita-se a afirmar que esses trechos serão incluídos no banco de dados e que a usina municipal fará manutenção contínua, sem apresentar ações específicas, cronograma ou indicadores de acompanhamento.
Embora o diagnóstico apresentado ao vereador Adriano Rorato demonstre que a prefeitura identificou os problemas da malha asfáltica, as respostas evidenciam uma lacuna significativa entre o levantamento e as ações práticas.
Sem prazos, sem orçamento consolidado e sem prioridades definidas, o documento revela mais sobre o estado das vias do que sobre a capacidade do município de solucioná-lo.
Neste link os pontos críticos identificados pela Secretaria de Obras: https://publuu.com/flip-book/1029267/2276236/page/30






















































