Professores do Ensino Fundamental da rede municipal de Foz do Iguaçu realizam nesta quarta-feira (10/12), às 12h, uma manifestação em frente à Prefeitura. O ato, que também convida docentes da Educação Infantil e a comunidade escolar, é uma reação às recentes medidas da Secretaria Municipal de Educação (SMED), especialmente relacionadas à nova matriz curricular e à Instrução Normativa de escolha e distribuição de turmas.
De acordo com a professora Daizy Kasienko, a mobilização é resultado de um conjunto de insatisfações acumuladas ao longo do ano. “O descaso que a Secretaria de Educação tem realizado conosco desde o início do ano nos trouxe até aqui. Somos nós, docentes que estamos no dia a dia da sala de aula, que sabemos o que precisa ser mudado e o que pode continuar”, afirmou. Ela explica que a matriz curricular modificada foi enviada ao Conselho Municipal de Educação na última sexta-feira (5), em caráter de urgência, para apreciação — o que, segundo os professores, inviabilizou um debate adequado.
Entre as mudanças contestadas estão a redução das aulas de Língua Portuguesa nas escolas parciais para inclusão de aulas de Língua Inglesa, o que, segundo Daizy, desconsidera o perfil das unidades da região, que atendem majoritariamente alunos imigrantes que falam espanhol ou outra língua materna. Nas escolas integrais, as alterações afetam principalmente a chamada “base diversificada”, diminuindo o tempo destinado a projetos e atividades organizadas conforme a realidade de cada unidade, como educação ambiental, cidadania, artesanato e práticas esportivas. Em contrapartida, aumentaram as aulas de Ciências e Artes dentro da base comum.
Os professores afirmam que as mudanças provocam impactos diretos na organização das equipes escolares. Segundo Daizy, a nova matriz altera a distribuição de cargas horárias e pode resultar no deslocamento de docentes para outras unidades. “Muitos professores deixarão de permanecer nas suas escolas porque ficarão excedentes. Eles vão ‘sobrar’ na matriz atual e terão de migrar”, disse. Ela afirma ainda que, mesmo após tentativas de diálogo por meio dos diretores, a SMED manteve a escolha de turmas para o dia 11, sem atender aos pedidos da categoria.
Diante do impasse e da percepção de falta de diálogo com a gestão municipal, os professores decidiram manter a mobilização programada para o meio-dia desta quarta-feira. A categoria afirma que a manifestação é uma forma de exigir transparência, participação efetiva nos processos decisórios e respeito às especificidades pedagógicas de cada escola da rede.
O grupo também reforça que as alterações propostas pela SMED têm potencial de afetar não apenas os profissionais, mas toda a organização do ensino no município, refletindo diretamente na rotina e no desempenho dos estudantes. Por isso, os organizadores estendem o convite a pais, responsáveis, estudantes e demais integrantes da comunidade escolar para acompanhar o ato e participar da defesa do que consideram ser condições necessárias para a qualidade da educação municipal de Foz do Iguaçu.























































