Foz do Iguaçu está incluída na nova etapa do Programa Olho Vivo, que vai integrar inteligência artificial ao sistema estadual de videomonitoramento. A cidade, por ser um dos principais pontos de vigilância do Paraná devido à tríplice fronteira, será diretamente beneficiada pelo investimento de R$ 400 milhões destinado a fortalecer a capacidade de investigação e resposta rápida das forças de segurança.
A expansão do Olho Vivo permitirá o cruzamento de dados em tempo real, identificação automática de suspeitos, reconhecimento de placas, rastreamento de veículos roubados e emissão imediata de alertas às equipes policiais. O modelo já opera em fase piloto na Região Metropolitana de Curitiba e agora será ampliado para todo o Estado, com Foz entre os 22 municípios já aptos a receber as câmeras inteligentes.
Segundo o governador Ratinho Junior, a modernização reforça a estratégia de redução da criminalidade. Em Foz do Iguaçu, onde o fluxo constante de pessoas e veículos internacionais aumenta a complexidade das operações, a tecnologia deverá acelerar investigações, apoiar ações de fronteira e auxiliar na resposta a ocorrências que exigem rastreamento rápido.
O plano prevê a instalação de 1.500 novas câmeras até o início de 2026, com expansão total para 26.500 unidades nos próximos anos. Os equipamentos serão comprados pelas prefeituras com recursos estaduais e integrados a uma plataforma central, permitindo que informações de Foz sejam cruzadas com dados de todo o Paraná.
Para o secretário das Cidades, Guto Silva, o uso de IA amplia a capacidade de antecipação de riscos, identificando comportamentos suspeitos antes que um crime aconteça — um avanço considerado estratégico em municípios de fronteira.
A arquitetura tecnológica foi desenvolvida pela Superintendência-Geral de Governança de Serviços e Dados e segue padrões internacionais de proteção de informações. A integração garantirá que policiais tenham acesso imediato a alertas e análises geradas por algoritmos treinados para identificar situações anormais.
De acordo com o secretário de Segurança Pública, Hudson Leôncio Teixeira, a IA não substitui o trabalho dos agentes, mas amplia a capacidade de monitoramento. No caso de Foz, o sistema reforça o cercamento digital das principais rotas usadas tanto por moradores quanto por criminosos que cruzam a fronteira.
As imagens captadas ficarão armazenadas por 90 dias, com possibilidade de uso em investigações de crimes transfronteiriços, desaparecimentos e roubos de veículos. Fases futuras do programa também permitirão monitoramento de agressores de mulheres e pessoas com tornozeleira eletrônica.
O projeto-piloto já mostrou resultados significativos, como aumento de 225% na recuperação de veículos na RMC. A expectativa é que, com a implementação em Foz, operações em rodovias e áreas estratégicas — como acessos às pontes internacionais — ganhem ainda mais eficiência. O processo de modernização também envolve a reforma completa do Centro de Operações da Polícia Militar (Copom), em Curitiba, que abrigará uma das principais centrais de monitoramento inteligente do Estado. Ao todo, serão oito centrais conectadas ao Olho Vivo, além da integração progressiva das 43 salas já existentes em convênio com prefeituras.





















































