Educadores sociais realizaram, na manhã desta segunda-feira (8), uma manifestação em frente à prefeitura para cobrar a atualização de referências salariais, isonomia na carreira e a contratação de profissionais específicos para o atendimento do Cadastro Único. Com bandeiras e apitos, o ato pacífico também chamou atenção para a sobrecarga de trabalho e a necessidade de melhores condições para garantir um atendimento adequado à população.
A educadora social Karina da Cunha Dhein relatou que a principal reivindicação do grupo é a correção das referências salariais. Segundo ela, o salário inicial da categoria é inferior ao de trabalhadores com ensino médio, mesmo exigindo formação específica e carga horária maior. Karina explica que os educadores sociais trabalham nove horas por dia, e não 40 horas semanais como outras categorias. “Estamos buscando o mínimo, que é sair da referência 52 para a 57. Precisamos de isonomia”, afirmou.
Ela destaca que as condições atuais afetam diretamente o atendimento prestado à população. “Para cuidar das famílias, também precisamos cuidar da nossa saúde mental. Não dá para trabalhar nove horas por dia”, disse. Outro ponto levantado é a falta de entrevistadores sociais, profissionais responsáveis pelo Cadastro Único. Segundo Karina, esses trabalhadores foram desligados há cerca de quatro a seis meses, e desde então os educadores sociais têm sido pressionados a assumir a função.
A educadora reforça que essa atividade não faz parte das atribuições do cargo. “Está na Resolução, está no CNAS — Classificação Nacional de Assistência Social. Nosso CBO (Classificação Brasileira de Ocupação) é diferente do de entrevistador social. Não é a mesma função”, afirmou. De acordo com ela, alguns trabalhadores têm feito hora extra para cumprir a demanda, o que agrava ainda mais a sobrecarga. “Esse trabalho não pode acontecer dessa forma. Tem que ser feito por pessoas qualificadas e designadas para isso”, defendeu.

Karina também alerta que substituir profissionais especializados prejudica o caráter pedagógico do trabalho dos educadores sociais. “Não se pode simplesmente pegar um educador social, que faz prevenção e fortalecimento de vínculos, e colocá-lo para fazer um trabalho fiscalizatório”, explicou. Ela afirma que a categoria tenta diálogo há meses, com assembleias e reuniões, mas não teve retorno da gestão municipal. “Estamos sendo prejudicados e, por isso, viemos aqui, mesmo debaixo de chuva, pedir respeito e melhores condições”, concluiu.
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