A Receita Federal em Foz do Iguaçu inicia ainda nesta semana a ocupação na nova aduana, junto à Ponte da Integração, que fará a ligação entre Brasil e Paraguai. A informação foi confirmada pelo delegado da Receita Federal na cidade, Cezar Augusto Vianna, durante entrevista concedida à Rádio Cultura.
Segundo o delegado, as obras do novo complexo aduaneiro estão em fase final de conclusão, restando apenas ajustes técnicos relacionados às ligações de água, energia elétrica e esgoto. “A informação que temos é que esses serviços estão sendo finalizados e, provavelmente amanhã (quinta-feira, dia 04), faremos uma verificação no local”, afirmou.
Com a finalização dessa etapa, a Receita Federal dará início a uma fase de testes para checar se toda a estrutura está adequada para funcionamento. Caso não sejam identificados problemas, a mudança começará de maneira gradual, com a transferência de equipamentos, sistemas e mobiliário para o novo espaço.
“A partir do sinal verde dessa fase de testes, começaremos a levar os equipamentos e as mobílias. O objetivo é estar pronto para operar assim que a data oficial de abertura da ponte for definida”, explicou Vianna.
A definição do início oficial das atividades na nova unidade não depende apenas da Receita Federal. De acordo com o delegado, a data de abertura da Ponte da Integração está sendo tratada em nível diplomático, pela chancelaria dos dois países, e deve levar em consideração a agenda do presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e do presidente do Paraguai, Santiago Peña.
O início das atividades no segundo endereço também marca uma nova etapa na organização do tráfego internacional entre os dois países. A proposta inicial é que a Ponte da Integração funcione, em um primeiro momento, exclusivamente no período noturno, das 19h às 7h, com a circulação apenas de caminhões em lastre, ou seja, vazios.
“Atualmente, esses caminhões já utilizam a Ponte da Amizade nesse mesmo horário. O que vai mudar é o local de passagem. Eles deixarão de passar pela PIA e passarão a utilizar a nova ponte”, explicou o delegado. Segundo ele, entre 400 e 600 caminhões em lastre cruzam diariamente a fronteira, dependendo do período do ano.
Em uma segunda fase, a nova estrutura poderá receber também ônibus fretados, principalmente durante períodos de maior movimentação, como as férias. A liberação de outros tipos de veículos será feita gradualmente, sempre acompanhada de estudos técnicos para avaliar o impacto no trânsito da região.
“A nossa preocupação é evitar que o cenário de congestionamentos e desorganização que hoje existe na Ponte da Amizade venha a se repetir na Ponte da Integração. Por isso, essa mudança está sendo planejada de forma cuidadosa e gradual”, destacou Cezar Augusto Vianna.
A Receita Federal informou que a questão dos recursos humanos já está resolvida para essa etapa inicial. O mesmo efetivo que atualmente atua na fiscalização de caminhões na Ponte da Amizade será deslocado para a nova unidade, não sendo necessária, por enquanto, a contratação ou remanejamento de mais servidores.
A expectativa é que a ampliação das vias de ligação represente um avanço na logística, no controle aduaneiro e na mobilidade urbana na região de fronteira, especialmente durante o período noturno, quando a transferência do fluxo de caminhões deverá aliviar as filas e melhorar a fluidez na Ponte da Amizade.
“Estamos prontos para iniciar essa nova fase assim que houver a liberação oficial”, concluiu o delegado.
