Axia Energia aposta em Foz para ampliar eficiência e faturamento

Pacote de melhorias em instalações de transmissão deverá resultar em um incremento de R$ 23,34 milhões na receita.

Foto: Jonathan Campos/AEN

A Axia Energia (AXIA3), antiga Eletrobras, obteve autorização da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para executar um pacote de melhorias em instalações de transmissão de energia que deverá resultar em um incremento de R$ 23,34 milhões na Receita Anual Permitida (RAP) da companhia.

Entre as unidades que passarão por intervenções está a subestação de Foz do Iguaçu, considerada estratégica para a estabilidade e expansão do sistema de transmissão na região de fronteira. As obras também contemplam as subestações de Bandeirantes (PR), Serra da Mesa (GO) e Imperatriz (MA).

O aval foi publicado em despacho no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira (2). Segundo o documento, o prazo para que as melhorias entrem em operação comercial é de até 36 meses. A vigência da nova RAP associada aos investimentos varia de 35 a 36 anos, conforme o tipo de reforço autorizado em cada empreendimento.

Além de ampliar a capacidade operacional e a confiabilidade do sistema elétrico, os investimentos têm impacto direto sobre a receita da companhia, já que os valores passam a integrar a base de remuneração regulatória após a conclusão das obras e sua homologação pela Aneel.

A inclusão de Foz do Iguaçu no plano de melhorias reforça a importância estratégica da cidade no setor energético nacional. Ponto de interligação regional e próxima a grandes complexos geradores, a subestação local exerce papel fundamental no escoamento de energia e na segurança do fornecimento para o Oeste do Paraná e regiões vizinhas.

Com os reforços autorizados, a expectativa é elevar a eficiência, reduzir perdas técnicas e aumentar a capacidade de transmissão, acompanhando o crescimento da demanda e a integração de novas fontes renováveis ao sistema.

A Axia Energia tem até dez dias, a contar da publicação do despacho, para solicitar à Aneel eventual adicional de periculosidade ou a alteração da alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) relativa aos equipamentos que serão empregados nas obras.

As autorizações ocorrem em um momento de reposicionamento da companhia no mercado. Recentemente, a empresa anunciou sua mudança de marca, deixando o nome Eletrobras e passando a adotar a identidade Axia Energia. Segundo a empresa, o novo nome — que significa “valor” em grego e remete à ideia de eixo e conexão — representa a transição para uma atuação mais orientada à inteligência energética, dados e soluções customizadas.

Com matriz 100% renovável, a Axia opera atualmente 81 usinas, sendo 47 hidrelétricas, 33 eólicas e uma solar. A empresa afirma ser a maior companhia de energia renovável do Hemisfério Sul, respondendo por cerca de 17% da capacidade de geração do Brasil e por 37% das linhas de transmissão do Sistema Interligado Nacional (SIN).

Mesmo com a desestatização, o governo manteve participação acionária e no quadro de conselheiros da empresa. Atualmente, o chamado Grupo Governo, composto por acionistas como a União, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) Banco do Nordeste, BB Asset, Caixa Asset, fundos de previdência da Petrobras (Petros) e do Banco do Brasil (Previ), detém 41,4% das ações totais da Axia e 14% das ações preferenciais (com poder de voto).

A estratégia de crescimento da companhia inclui: expansão no mercado livre de energia; investimentos em tecnologia e análise de dados para gestão de ativos; maior eficiência e confiabilidade do sistema de transmissão e apoio a empresas que buscam reduzir emissões e descarbonizar operações.

 

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