Motoristas paraguaios que atuam no transporte de cargas realizaram, na manhã desta sexta-feira (14), um protesto na aduana paraguaia, bloqueando a passagem de veículos em direção à Ponte da Amizade. A mobilização envolve transportadores e importadores de Ciudad del Este que contestam a possível suspensão do transporte informal de mercadorias na fronteira, especialmente dos chamados “despachos menores”, feitos por “caminhõezinhos”, prática comum no comércio diário entre os dois países.
Com o bloqueio no lado paraguaio, houve reflexos imediatos no fluxo brasileiro. A Receita Federal orientou motoristas a não cruzarem a fronteira, para evitar acúmulo na área de fiscalização. O impacto no tráfego rapidamente se intensificou: na BR-277, a fila de veículos já ultrapassa o viaduto da Avenida Costa e Silva, provocando lentidão significativa em um dos principais acessos de Foz do Iguaçu. De acordo com a imprensa em Ciudad del Este, trabalhadores que fazem o transporte com os “caminhõezinhos” estão impedindo a saída de caminhões da zona portuária.
O protesto ocorre em meio às discussões entre Brasil e Paraguai sobre um novo acordo dentro das normas do ATIT, que disciplina o transporte internacional de cargas. O governo brasileiro estabeleceu prazo até março de 2026 para a formalização do entendimento. Caso não haja consenso, o transporte informal deve ser interrompido, medida que, segundo autoridades brasileiras, visa apenas coibir operações irregulares, sem afetar carregamentos legalizados.
Caminhõezinhos que cruzam a Ponte da Amizade correm risco de parar em março
No Paraguai, representantes do setor afirmam que a mudança pode gerar impactos econômicos, já que parte dos trabalhadores depende das atividades de frete na fronteira. As negociações seguem em andamento, e ainda não há previsão de desfecho. Enquanto isso, o bloqueio na aduana paraguaia mantém o fluxo reduzido e causa efeitos diretos no trânsito e na rotina de quem depende da travessia diária entre Ciudad del Este e Foz do Iguaçu.
