Empresários e moradores da região da Ponte da Amizade realizaram, nesta segunda-feira (3), uma manifestação em defesa da reabertura do acesso ao Jardim Jupira, bloqueado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) na BR-277. O grupo se concentrou nas proximidades do antigo acesso, exibindo faixas e cartazes com mensagens como “Fechar o acesso é fechar o direito do povo!” e “BR 277 Fechada, Jupira Isolado!”.
A mobilização foi motivada pelos fortes prejuízos enfrentados por comerciantes e trabalhadores desde o fechamento da ligação entre os bairros, medida adotada pela PRF com o argumento de garantir a segurança viária e coibir a criminalidade. Segundo relato dos comerciantes, o movimento de clientes nas lojas da região caiu entre 70% e 80% nos últimos dias.
A manifestação ocorreu de forma pacífica e contou com a presença de representantes da Associação Comercial e Empresarial de Foz do Iguaçu (ACIFI), que tem articulado reuniões para discutir alternativas à interdição.
De acordo com o diretor-executivo da ACIFI, Dimas Bragagnolo, a entidade recebeu dezenas de relatos de empresários preocupados com o impacto da medida.“O comércio da região depende diretamente do acesso. Com o bloqueio, as vendas despencaram, e há risco de fechamento de empresas e demissões. A segurança é importante, mas não pode vir acompanhada de isolamento econômico e social”, destacou.
Bragagnolo lembra que o tema foi levado à Câmara Técnica de Segurança Pública do Codefoz, onde a chefe da PRF em Foz, Andressa Regene da Silva, afirmou que a corporação está aberta ao diálogo e busca alternativas junto à concessionária da BR-277, EPR Iguaçu.“Sabemos que é um ponto sensível, mas a população não pode ser penalizada. Precisamos de uma solução imediata que permita o trânsito seguro e o funcionamento da economia local”, reforçou o dirigente.
O trecho interditado liga áreas de intensa atividade comercial e residencial na entrada da cidade, próximo à Ponte Internacional da Amizade. A região abriga mais de 200 empresas, segundo estimativas da ACIFI, e emprega centenas de trabalhadores.
Para os manifestantes, a medida isolou o bairro e dificultou o deslocamento de consumidores, estudantes e moradores. Ao final da mobilização, os participantes reafirmaram a intenção de continuar pressionando por uma solução negociada.