A defesa da acusada Pâmela da Silva de Campos, presa preventivamente e ré no processo que apura a responsabilidade pelo assassinato de Zarhará Hussein Tormos, ocorrido em fevereiro deste ano, alega em sua última manifestação antes da sentença que não existem provas suficientes para condenar a suspeita. “As provas colacionadas aos autos não se mostram suficientes para um juízo de certeza quanto à autoria ou ao elemento subjetivo (dolo) dos crimes imputados à Ré. A acusação baseia-se em presunções frágeis e conjecturas, que não superam a dúvida razoável, imprescindível para qualquer condenação”, alega o advogado Juari Moura, responsável pela defesa de Pâmela.
A acusada se manteve calada em todas as oportunidades que teve para explicar sua versão da situação. A defesa também não apresenta versão dos fatos, limita-se a rebater as acusações que pesam sobre sua cliente e invoca um princípio constitucional batizado de in dubio pro reo, termo latim que significa que na presença de dúvida razoável sobre a culpa do réu, o juiz deve absolver. “Não há qualquer prova direta que vincule a acusada Pamela à execução do homicídio, ou seja, que tenha sido ela que efetuou os disparos, configurando, portanto, meras ilações”, insiste o defensor.
Já sobre as demais acusações que pesam contra ela de furto de bolsa e notebook, invasão de dispositivo eletrônico e destruição de documento e ameaça, Moura alega que são insuficientes para ligar Pâmela ao assassinato.
Pâmela e Bruno Martini estão presos acusados do crime desde março. Martini tenta minimizar sua participação no crime, alegando que somente deu carona para Pâmela, que é sua namorada. Mas mensagens de áudio e outras provas o ligam diretamente ao assassinato.
Zarhará foi morta com cinco tiros na região da cabeça e tórax, encontrada no banco traseiro de seu próprio veículo, com pés e mãos atados por fita adesiva, dois dias depois de desaparecer. A última imagem da vítima com vida foi registrada pelas câmeras de segurança da faculdade onde cursava biomedicina, por volta das 22h, do dia 26. Zarhará tinha 25 anos e pouco conhecia a acusada, segundo informações dos familiares. A dupla acusada foi presa cerca de um mês após o crime e permanece detida.