O ex-assessor parlamentar Leandro Souza Pinto revelou nesta segunda-feira (8), em entrevista ao programa Contraponto, da Rádio Cultura, que desempenhou atividades de cunho comercial e pessoal para o vereador Ranieri Marchioro (Republicanos), enquanto exercia o cargo de assessor na Câmara Municipal.
Segundo Leandro, ele era responsável por tarefas relacionadas à clínica odontológica do parlamentar, incluindo gravação de vídeos, gerenciamento de redes sociais e impulsionamento de anúncios, muitas vezes durante o horário de expediente da Câmara.
O pedido de cassação do vereador foi arquivado, após vereadores acatarem o parecer jurídico que indicava que faltavam ata notarial e o título de eleitor do denunciante. “Vou refazer essa denúncia via Ministério Público, e vou refazer a denúncia na Câmara Municipal com ato notarial e título de eleitor. Aí eu quero ver qual vai ser a alegação, porque as provas são robustas”, completou Leandro.
O ex-assessor foi exonerado do cargo após questionamentos sobre a regularidade de sua documentação, especialmente a comprovação de conclusão do ensino médio. Ele afirmou que apresentou os documentos, mas não houve perícia oficial para validar sua autenticidade quando da entrega dos papéis.
Leandro relatou ainda que o processo administrativo demonstrou parcialidade e que sua exoneração motivou a denúncia contra o vereador, inicialmente arquivada pela Mesa Diretora da Câmara. “Eu nunca quis prejudicar o vereador, mas o tratamento dado ao meu processo me motivou a mostrar à população como funciona a politicagem na Câmara”, afirmou Leandro.
O vereador Ranieri, por sua vez, negou irregularidades e afirmou que as acusações de Leandro se baseiam em interpretações equivocadas de mensagens e provas apresentadas. Ele garantiu que todas as atividades realizadas pelo ex-assessor eram lícitas e que há documentação que comprova sua versão.
“Essa história não acaba aqui. Existem providências legais que serão tomadas. No momento oportuno, no fórum oportuno, elas serão demonstradas e eu tenho a absoluta convicção de que isso será cristalino para demonstrar que isso foi uma vingança e um revanchismo”, se defendeu o parlamentar.
Questionado se não deveria se defender primeiramente na Câmara, pois como vereador deve prestar contas aos eleitores, Ranieri discordou e respondeu perguntando: “por que vai gastar um esforço da Câmara para chegar a uma conclusão que eventualmente não terá resultado algum na invalidade jurídica? A Câmara não é habilitada, isso está no parecer do jurídico”, finalizou o vereador, que faz parte da mesa diretora que decidiu pelo arquivamento do pedido de cassação.