Dados do Detran do Paraná mostram que, nos primeiros seis meses deste ano, foram aplicadas 107.938 multas de trânsito nas ruas e avenidas da cidade. A quantidade de multas é maior que a frota da cidade que é de 91.644 veículos. As penas financeiras, além da pontuação em carteira de habilitação, têm origem em operações das forças de segurança, Estarfi e fiscalização eletrônica – radares ou pardais como são conhecidos.
Do total de multas aplicadas o Foztrans emitiu 86,9 mil. Ou seja, cerca de 482 multas por dia, todos os dias da semana! As demais são do próprio Detran e Sistema Registro Nacional de Infrações de Trânsito, que registra e viabiliza a cobrança de infrações cometidas por motoristas de outros estados. E, a julgar pela quantidade de novos radares instalados nos últimos dias, os números do primeiro semestre deverão ser superado nesta segunda metade do ano.
A prefeitura não informou quais os tipos de multas mais aplicadas, sequer quanto arrecadou neste período somente com a aplicação das infrações. As multas de responsabilidade do Foztrans incluem estacionamento em local proibido que vai de R$ 88, a R$ 293, dependendo da gravidade; estacionamento sem o cartão do Estarfi, que custa R$ 195, e aquelas por excesso de velocidade flagradas por fiscalização eletrônica que vão de R$ 130, quando o motorista excede o limite de velocidade em até 20% do permitido para a via até R$ 880 para quem dirigi em velocidade 50% acima do limite determinado para rua ou avenida.
Se fizer uma média do valor das multas que chega a cerca de R$ 300, a prefeitura pode ter faturado mais de R$ 26 milhões somente preenchendo formulários de multas.
De acordo com o artigo 320 do Código Brasileiro de Trânsito os valores arrecadados com multas de trânsito devem ser aplicados exclusivamente em ações relacionadas ao trânsito, como sinalização, engenharia de tráfego e de campo, policiamento, fiscalização e educação para o trânsito. Os dados da arrecadação e sua destinação devem ainda ser publicados no Portal da Transparência.
Os buracos que tanto causam desgosto e prejuízo aos motoristas poderiam ser tapados com estes valores, pois a recuperação de pistas se enquadra no quesito conservação das vias e ações para evitar acidentes.
A Rádio Cultura encaminhou alguns questionamentos a Secretaria de Comunicação Social, mão não obteve retorno até o fechamento desta matéria.