Pesquisa da saúde mostra que uma casa em Foz do Iguaçu tem 217 cartões SUS cadastrados

No total, de acordo com o levantamento, a cidade tem mais cadastros do Sistema Único de Saúde do que de habitantes. Mais de 33 mil são de estrangeiros.

Levantamento da Secretaria de Saúde aponta mais cartões SUS do que de habitantes. Foto: PMFI

O número de cartões do Sistema Único de Saúde (SUS) cadastrados em Foz do Iguaçu, de acordo com levantamento da Secretaria Municipal de Saúde, é de aproximadamente 456 mil – 54% maior do que a população atual estimada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 295.550 habitantes.

Do total de cartões SUS, cerca de 33 mil foram registrados por cidadãos estrangeiros atendidos na rede municipal de saúde, principalmente argentinos, paraguaios e venezuelanos.

Entre os fatores que explicam a divergência entre o número de cartões e a população, estão cadastros duplicados ou desatualizados, pessoas que mudaram de município sem pedir a transferência, residentes de cidades vizinhas que buscam atendimento em Foz e o alto fluxo de estrangeiros em situação de vulnerabilidade social.

O atendimento na rede municipal de saúde é garantido a todas as pessoas, em situação de urgência, independentemente da nacionalidade, conforme a legislação brasileira, explicou o secretário municipal de Saúde, Fabio de Mello.

“Todas essas pessoas têm direito a esse acesso estando em território nacional, sendo brasileiro ou não. Foz, para além das fronteiras, tem a questão do turismo, e a população flutuante torna a população local maior do que a apresentada pelo censo nacional”, afirmou o secretário.

No entanto, o repasse dos recursos federais para o custeio do sistema tem como base os dados do IBGE. “Infelizmente, o financiamento, não só para saúde, mas para diversas áreas de assistência, depende de recursos que são vinculados ao censo populacional. Por isso, o investimento pela prefeitura precisa ser muito mais alto do que em outras cidades que não enfrentam essa situação de maior número de usuários do SUS”, complementou Fabio.

Para o orçamento de 2026, conforme o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), o valor previsto para a saúde é de R$ 576 milhões, o que representa 33% do valor total do Município. É mais do que o dobro do mínimo previsto na Constituição para investimentos na área.

Medidas adotadas

A Secretaria Municipal de Saúde tem intensificado o monitoramento da base de cadastros do SUS no município para corrigir essas distorções, fazendo o cruzamento de dados com o CadÚnico e o cadastro imobiliário municipal; a análise de dados por endereço, observando padrões anormais de concentração de cadastros; e a utilização de dados de território, como os do IPTU e sistemas da Secretaria de Tecnologia, Inovação e Modernização Digital.

Para se ter uma ideia, somente em uma residência vinculada à Unidade Básica de Saúde (UBS) do Jardim América, estão cadastrados 217 números de cartões SUS. Em outro endereço na região, mais de 60 usuários foram registrados.

A Secretaria de Saúde também está adotando critérios mais rigorosos para o cadastramento, como a solicitação de documento oficial com foto e atualização periódica dos dados cadastrais junto às unidades de saúde.

“A gestão municipal segue comprometida com a melhoria da qualidade da informação, a transparência e o respeito à lógica federativa do SUS”, ressaltou o secretário Fabio de Mello.

Informações: AMN

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