A menor Antonelly Amaral Calicchio, oito anos, está internada no Hospital Municipal Padre Germano Lauck e aguarda, desde a última terça-feira, um leito de UTI pediátrica. Atualmente o quadro dela é de pneumonia com derrame pleural, que é o acúmulo anormal de líquido no espaço entre as membranas que revestem os pulmões. A indicação médica para o caso é o decorticação pulmonar, uma cirurgia que visa remover o tecido fibroso que impede a expansão do pulmão. Mas, para este procedimento, ela precisa estar assistida numa UTI específica para crianças.
A menina não consegue respirar sem oxigenação mecânica permanente e está usando dreno para ajudar na diminuição do líquido pulmonar. “Os médicos disseram que o caso dela é grave e a gente também tem medo de ela acabar contraindo outras infecções no ambiente hospitalar”, explicou a irmã da paciente, Gabrielly Amaral Calicchio.
Segundo a família da garota, desde o dia 3 (terça-feria) os médicos pedem vaga na UTI. As buscas têm sido feitas tanto no Hospital Itamed, onde funciona a UTI Pediátrica do SUS, quanto no Hospital Regional de Cascavel, porém, sem sucesso. A 9ª Regional só dispõe de seis leitos de UTI Pediátrica, credenciados pelo SUS, para atender as nove cidades da região.
No dia 5 (quinta-feira), os pais da criança procuraram o Ministério Público que determinou a transferência da paciente para um leito de UTI no prazo de 24 horas. Até hoje, sábado, 10h, a transferência não havia sido feita.
A família também relata que a situação da criança poderia ter sido resolvida ainda no início de maio, quando, após sentir falta de ar foi levada à UPA Jão Samek. Na ocasião, dia 5 de maio, o médico plantonista solicitou exame de Raio X e, mesmo com manchas nos pulmões, ela foi mandada para casa com indicação de uso de antibiótico.
Após o fim do medicamento a criança apresentou febre e piora do quadro geral o que fez com que fosse levada de volta à UPA. Novo exame de Raio X mostrou que os pulmões estavam bastante comprometidos. Um exame de tomografia comprovou a gravidade do caso e Antonelly já ficou internada. “Foi um pouco de negligência, pois se tivesse sido internada no início do mês o caso não teria se agravado tanto”, acredita a irmã mais velha.