O júri popular começou às 9h desta quinta-feira (4) e suspenso às 9h50, após a defesa de Guaranho pedir adiamento e depois abandonar o plenário, alegando falta de tempo para acessar documentos anexados ao processo na última hora, pelo Ministério Público do Paraná. Além disso, segundo os advogados, uma testemunha não foi localizada para ser intimada para o julgamento.
“Eles juntaram cópias de um processo sem movimentação. Essas cópias nós só tivemos acesso um dia antes do júri, ou seja, ontem dia 03. Nós nos habilitamos dia 20 de março. Em 6 dias estudamos todo processo e fizemos vários requerimentos para o juiz e só ontem tivermos acesso a esse documento”, disse o advogado Webervan Castro, que faz a defesa de Guaranho.
“Sequer foi certificado que o senhor Jorge Guaranho tinha deixado o Complexo Médico Penal em Pinhais, também não foi avisado a essa defesa que o mesmo teria chegado a Foz do Iguaçu. Só fomos localizar às 21h31, na Cadeia Pública em Foz do Iguaçu. Sendo que ele já tinha chegado às 18h”, disse o outro advogado Eloi Leonardo Dore.
“Boa parte das alegações foram refutadas pelo juiz, todas elas na verdade, e os nossos colegas tomaram a medida, que ao nosso entender é uma medida equivocada, de abandonar o plenário, quando todos aqueles que labutam no meio judiciário sabem que os acessos aos processos são acessos absolutamente transparentes e tranquilos para os advogados, inclusive processos que têm segredo de justiça. É incompreensível, mas estaremos aqui dia 2 de maio”, disse Rogério Botelho, advogado da família de Marcelo Arruda.
“Os argumentos que eles trazem, que deveriam ter tempo para conversar com o preso, não têm sentido. Os advogados são de Curitiba, moram lá perto, onde o réu está preso. Com todo respeito é lastimável. Eles abandonaram o plenário. É uma afronta a toda sociedade. Não precisava deixar acontecer tudo isso”, completou Botelho.
O Promotor Luis Marcelo Mafra disse que foi uma “afronta às normas processuais. A defesa se comporta como aquela pessoa que é a dona da bola. Ou é do meu jeito ou não tem a partida. Infelizmente fomos surpreendidos com essa postura, mas em relação à acusação não muda nada, absolutamente nada, porque a verdade está a nosso favor’, disse o promotor Mafra.
Como a defesa argumentou que havia dificuldade de contato presencial com antecedência, com Jorge Guaranho, o juiz Hugo Michelini determinou que o réu fique preso em em Foz do Iguaçu, na Cadeia Pública Laudemir Neves, até o dia do julgamento. Um advogado também foi nomeado pelo juiz, para atuar na defesa caso os advogados contratados pelo réu abandonem novamente o plenário.