Moradores próximos rebatem britadeira interditada e dizem que saúde está em risco

Após empresa argumentar que interdição provoca inflação no preço da pedra, associação de moradores argumentam que elevação de preços deve-se a fatores econômicos que assolam o Brasil e que poeira da pedra aumenta o risco de várias doenças.

Pedreira era responsável pelo abastecimento de 60% do mercado local de pedra brita e outros materiais, como massa asfáltica (Foto: Ronildo Pimentel)

Em resposta a uma nota encaminhada à imprensa pela Britafoz, britadeira que foi interditada pela justiça em Foz, representantes de bairros que ficam nas proximidades da empresa encaminharam outra nota justificando a interdição. Segundo os moradores, a atividade de detonação de rochas, que foi proibida pela justiça, pode provocar danos à saúde. No entanto, salientam que outras atividades, como a de britar as pedras continua sendo executada no local.

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A nota foi enviada após a empresa afirmar que a interdição está inflacionando o preço da pedra na cidade. Porém, os moradores questionam essa informação, e argumentam que o aumento de preço está relacionado a outros fatores. “A elevação de preços deve-se a fatores econômicos que assolam o Brasil, notadamente elevação no preço dos combustíveis. Portanto, não existe nenhum desabastecimento da população de Foz do Iguaçu, até porque a Pedreira Britafoz, como dito, vem comercializando normalmente seus produtos” diz a nota.

Confira na íntegra:

DANOS À SAÚDE E MATERIAIS PROVOCADOS PELAS ATIVIDADES DA PEDREIRA BRITAFOZ

Em atenção às matérias veiculadas recentemente em relação a que interdição da pedreira Britafoz inflaciona custo para obras públicas e privadas em foz, os moradores do entorno da pedreira vem à público prestar os seguintes esclarecimentos à população de Foz do Iguaçu.

A suspensão das atividades da Pedreira Britafoz se deu por ordem da Justiça Federal e do Tribunal Regional Federal em Porto Alegre em Ação Civil Pública movida pelo Ministério Público Federal.

A ação tem por fundamento a irregularidade de licenças em favor da Pedreira Britafoz, tanto pelo município de Foz do Iguaçu quanto pelo Instituto Água e Terra (antigo Instituto Ambiental do Paraná), além do próprio título autorizativo para lavra outorgado pela Agência Nacional de Mineração. Tais irregularidades ficam ainda mais em evidência em decorrência da natureza da atividade, que envolve desmonte de rocha por intermédio de explosivos, o que se dá em local extremamente próximo a diversos bairros e condomínios residenciais.

É fundamental esclarecer ao público que a Pedreira Britafoz em nenhum momento deixou de funcionar, pois continua britando pedras e comercializando normalmente. Em nenhum momento foi interrompida a atividade de britagem e comercialização de pedras da Pedreira Britafoz. O que a Justiça Federal proibiu foi o uso de explosivos para desmonte de rochas.

A matéria também deixa de informar o público que a Pedreira Britafoz possui outras 5 áreas que poderiam estar sendo exploradas, 4 delas no município de Foz do Iguaçu, sendo duas em fase de concessão de lavra e duas em fase de requerimento de lavra, todas viabilizando atividades de aproveitamento mineral.

Foz do Iguaçu é atendida por outras Pedreiras, sendo que a elevação de preços deve-se a fatores econômicos que assolam o Brasil, notadamente elevação no preço dos combustíveis. Portanto, não existe nenhum desabastecimento da população de Foz do Iguaçu, até porque a Pedreira Britafoz, como dito, vem comercializando normalmente seus produtos.

A matéria jornalística, deixa de mencionar que a alta dos preços na construção civil é a maior em 28 anos. Essa inflação do setor é apontada em levantamento da Fundação Getúlio Vargas que revela que, na média, os preços do segmento subiram 38,66% nos últimos 12 meses. Entre os vários itens do setor, um em especial levou os preços para cima: o aço.

Por fim, é fundamental esclarecer a população que a presença de uma pedreira ao lado de bairros populosos (Porto Belo, Belvedere, California, KLP, Condomínios: Vila Residencial B, Porto Seguro e Solar das Palmeiras) está colocando em risco a saúde de todos os moradores do entorno, pois a POEIRA SÍLICA, gerada pela britagem das pedras, aumenta o risco de doenças autoimunes, esclerose sistêmica, artrite reumatoide, lúpus, complicações na derme, anemia hemolítica, além de vários tipos de câncer, tais como de pulmão, estômago, fígado, esôfago, pâncreas, intestino, ósseo, faríngeo, pele, cérebro e rim. (Referência: OMS – ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE; INCA – INSTITUTO NACIONAL DE CANCER).

ASSINAM:

BAIRRO PORTO BELO: CLAITON DOS SANTOS DUARTE COSTA – PRES. ASSOC.

BAIRRO K.L.P.: NILTON NOEL DA ROCHA – PRES. ASSOC.

COND. VILA RESIDENCIAL B: JOSÉ EDSON BETIOLI – SÍNDICO

COND. PORTO SEGURO: FLÁVIA DUARTE ALVES DE QUADROS – SÍNDICA

COND. SOLAR DAS PALMEIRAS: AIMAR TEIXEIRA MARINHO – SÍNDICO

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