A nova gestão da margem brasileira de Itaipu, com foco na austeridade e transparência, e que permitiu investimentos de R$ 1,4 bilhão da binacional em obras de infraestrutura na região Oeste do Estado, marcou a participação do diretor-geral brasileiro da binacional, general Joaquim Silva e Luna, na conferência Encontros Pró-Paraná. O encontro virtual, na tarde desta quinta-feira (17), fechou o ciclo de palestras de 2020 e foi acompanhado por mais de 60 lideranças políticas e empresariais do Estado.
A série é promovida pelo Movimento Pró-Paraná, uma iniciativa sem fins lucrativos que tem o objetivo de mobilizar a sociedade para defender causas em favor do Estado. Nas últimas duas décadas, o grupo participou de todas as grandes discussões envolvendo o desenvolvimento do Paraná, incluindo o novo modelo de pedágio e a construção da segunda ponte sobre o Rio Paraná, que está em obras, com recursos de Itaipu.
A coordenação da conferência foi do presidente do Movimento Pró-Paraná, Marcos Domakoski, que chamou o ex-diretor geral brasileiro de Itaipu Luiz Fernando Vianna para apresentar o palestrante. Dentre as autoridades estaduais presentes virtualmente estavam o vice-governador do Paraná, Darci Piana; os ex-governadores Orlando Pessuti e Mário Pereira; o presidente da seção paranaense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PR), Cássio Lisandro Telles; o presidente da Copel, Daniel Slaviero; o presidente da Coopavel, Dilvo Grolli; o presidente do Programa Oeste em Desenvolvimento, Danilo Vendruscolo – entre outros.
Silva e Luna abriu a palestra explicando o contexto da criação de Itaipu, que pacificou uma antiga disputa territorial entre Brasil e Paraguai, e a importância da usina para a segurança energética e o desenvolvimento econômico dos dois países. Também ressaltou a importância das ações de proteção ambiental no entorno do reservatório.
Em seguida, detalhou as mudanças de gestão na empresa, desde que assumiu o cargo, em fevereiro de 2019, nomeado pelo presidente Jair Bolsonaro. O maior desafio é preparar a empresa para o cenário pós-2023, quando o Anexo C do Tratado de Itaipu, que trata das bases financeiras e da prestação de serviços de eletricidade, terá de ser renovado.
“Todos os cenários estudados apontam para uma redução nas despesas de exploração”, afirmou. “Até lá (2023), a Itaipu deverá estar preparada para atuar em diferentes cenários, dentro de um mercado de energia elétrica complexo, dinâmico e competitivo”, reforçou.
Dentre as medidas tomadas pela gestão, as mais emblemáticas foram o fechamento de escritórios em Curitiba e Brasília e a concentração de diretores e de todos os empregados em Foz do Iguaçu. “Com a centralização, ganhamos em agilidade, comunicação, governança e alinhamento estratégico”, disse. Investimentos em patrocínios e convênios sem aderência à missão da Itaipu também foram cortados.
A mudança de filosofia empresarial, com base nas diretrizes do governo federal, permitiu que recursos fossem realocados para obras estruturantes, como a construção da nova ponte internacional entre Brasil e Paraguai, a ampliação do Hospital Ministro Costa Cavalcanti (HMCC), a duplicação da BR-469, a Rodovia das Cataratas, e a ampliação da pista de pousos e decolagens do Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu – entre outros.
De acordo com Silva e Luna, o planejamento é a alma da organização. “Planejar e trabalhar consciente de que empregar recursos públicos é uma arte que exige transparência, responsabilidade, metas, prazos, acompanhamento e entrega”, salientou.
A Itaipu
Com 20 unidades geradoras e 14 mil MW de potência instalada, a Itaipu Binacional é líder mundial na geração de energia limpa e renovável, tendo produzido, desde 1984, 2,7 bilhões de MWh. Em 2016, a usina brasileira e paraguaia retomou o recorde mundial anual de geração de energia, com a marca de 103.098.366 MWh. A hidrelétrica é responsável pelo abastecimento de aproximadamente 15% de toda a energia consumida pelo Brasil e de 90% do Paraguai.
Assessoria