No que depender do vice-prefeito de Foz do Iguaçu, Nilton Bobato, a divergência entre o PSD e o MDB no âmbito estadual não será motivo para ruptura do projeto político que divide com o prefeito Chico Brasileiro (PSD). A posição com vista às eleições municipais de 2020 foi defendida em entrevista ao programa Contraponto desta quinta-feira (10).
“A minha principal condição para me filiar ao MDB foi a de que eu tivesse liberdade para dar sequência ao projeto político que divido com o prefeito Chico Brasileiro. Desempenhamos um trabalho de reconstrução de nossa cidade. Não trabalho com a possibilidade de ruptura”, garantiu o político que acumula a função de secretário municipal Saúde.
Militante ferrenho do PCdoB por 27 anos, Bobato afirmou considerar natural que sua nova legenda aspire a construção de sua candidatura para prefeito nas próximas eleições. “Qualquer partido que tenha ambição de crescimento, quer ser cabeça de chapa. Mas não me foi colocada nenhuma condicionante para ingressar ao MDB. Nosso foco é reconstruir e fortalecer o partido no âmbito municipal. E, claro, com ampla participação dos filiados históricos da sigla na cidade”, destacou.
Questionado se a conjuntura política no Estado entre MDB e PSD seria impedimento para renovação da aliança com Brasileiro, Bobato afirmou que os projetos são tratados de maneira independente. “Da mesma forma que ocorre em todo o país. São coisas distintas. Uma aliança entre MDB e PSD em Foz não contradiz o contexto que existe para o governo do Paraná. Nosso projeto aqui na cidade precisava agregar mais força política. O MDB agrega esta força. Com isso, entendo que não desrespeitamos os embates que se dão no âmbito do Estado. Essa é uma situação que iremos discutir em outro momento”, ponderou.
Reconhecido por defender bandeiras à esquerda, Bobato afirmou que não negociou seus princípios ao entrar no novo partido. “Minha trajetória política, minhas convicções, nada do que eu penso e acredito esteve em jogo. Sigo acreditando na luta por mais justiça social, diversidade cultural, de pensamento. Além disso, já apoiei o MDB em outras oportunidades. Todas essas mudanças estão sendo tranquilas”, explicou.
Sobre a insatisfação de apoiadores mais apegados ao seu expectro ideológico, Bobato disse que não solicitou para que ninguém mudasse de partido por sua causa. “Respeito a opinião de cada pessoa. Muitos dos apoiadores me disseram que estariam comigo onde eu estivesse. Os que estão mais relutantes, peço para que acompanhem nosso trabalho e no momento que entenderem oportuno se juntem a nós. Nosso compromisso é com a reconstrução de Foz do Iguaçu”, finalizou.
MDB
Procurado pela reportagem do Jornal da Cultura, o ex-presidente do MDB, Vânio da Silva, confirmou que, à princípio, houve certa resistência ao nome de Bobato. “E isso é natural. Por muitos anos fomos adversários. Mas também já estivemos do mesmo lado em outras oportunidades. O MDB precisa ser oxigenado, de gente nova. E o Bobato vem com este propósito de reconstrução e fortalecimento do partido. O momento é de unidade”, defendeu.