O Paraná passará dos atuais 11,243 milhões habitantes para 12,208 milhões de habitantes até 2040, de acordo com projeção do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico Social (Ipardes), divulgada nesta quinta-feira (6). A população deve atingir a marca de 12 milhões de pessoas ao final da próxima década e ficar praticamente estável nos 10 anos seguintes.
As projeções apontam para o aumento da população idosa e diminuição de jovens. A população de 0 a 14 anos deve passar de 20,8% em 2017 para 14,6% do total do Estado. A população idosa, por sua vez (65 anos e mais) passa de 9,2% para 19,9% no período.
Essa tendência, explica o diretor de pesquisas do Ipardes, Daniel Nojima, é verificada em todo Brasil e está associada ao declínio da natalidade e à ampliação da expectativa de vida.
No Paraná, o processo é mais acentuado em Curitiba e em municípios de menor porte, com menos de 10 mil habitantes, onde se verifica a migração dos mais jovens para outros municípios em busca de novas oportunidades. “São cidades de base agropecuária, que vivem também um processo de mecanização das lavouras, e os jovens acabam indo para municípios vizinhos. São migrações de curta distância bastante regionalizadas”, diz Nojima.
Pela projeção, nas pequenas cidades, a média da proporção de idosos com relação à população total passa de 11,3% em 2017 para 24,2% em 2040. Em Curitiba, de 9,6% para 21,3% no mesmo período. “A capital já é uma cidade madura, passou por vários ciclos demográficos, que apresenta queda de natalidade e maior expectativa de vida”, diz Nojima.
POLÍTICAS PÚBLICAS – Os resultados são importantes para subsidiar o planejamento de políticas públicas, enfatizou Nojima. “O Paraná já tem uma população mais envelhecida que a média brasileira. Certamente o perfil do mercado de trabalho vai ter que mudar. Teremos implicações tanto para o setor educacional quanto para saúde pública, questões que precisarão ser pensadas para um planejamento futuro”, afirma.
A professora Raquel Guimarães, do departamento de economia da Universidade Federal do Paraná, que participou do trabalho, explica que as projeções do Ipardes levam em conta componentes demográficos como o estoque de população, nascimentos, óbitos e os saldos migratórios.
“O Paraná está em uma situação de estabilidade. O Estado, assim como Santa Catarina, é, de certa forma, pioneiro no País em envelhecimento da população. Enquanto algumas unidades da federação ainda estão passando por esse estágio de transição demográfica, o Paraná já tem esse cenário mais consolidado. Isso gera uma demanda de política pública não mais prioritariamente dedicadas aos mais jovens e crianças”, diz.
QUEM GANHA E QUEM PERDE – As projeções indicam, até 2040, perdas populacionais em 223 municípios, em paralelo a ganhos em 176 cidades. Dos 223 municípios que perdem população, 142 têm até 10 mil habitantes e 62 têm de 10 mil a 20 mil habitantes.
“É preciso notar, porém, que a perda de população não quer dizer perda de dinamismo econômico. Juntos, esses 204 municípios representam 38,6% do PIB agropecuário do Estado”, diz.
Do lado dos 176 municípios que ganham população, 61 têm menos de 10 mil habitantes; 47 possuem 10 mil e 20 mil, e 37 entre 20 mil e 50 mil. O número de cidades com mais de 100 mil habitantes passa de 18 para 24 em relação ao ranking de 2010. Passam a integrar esse grupo, cidades como Cambé (108.452), Francisco Beltrão (108.017), Sarandi (107.880), Fazenda Rio Grande (148.617), Cianorte (107.224) e Piraquara (162.122).
GRANDES CIDADES – Entre as grandes cidades, Curitiba alcançará 1,95 milhão de habitantes em 2014, seguida por Londrina (628.600), Maringá (552.686), São José dos Pinhais (469.573), Ponta Grossa (386.947) e Cascavel (377.664).
As projeções ainda indicam uma maior concentração populacional na região de Curitiba e de Londrina e Maringá.
O estudo estima um aumento da participação da mesorregião de Curitiba, que em 2010 representava 33,5% do total da população no Estado, e em 2040 deverá representar 36,6%. Já a mesorregião do Norte Central Paranaense deve passar, na mesma base de comparação, de uma participação de 19,5% para 20,6%.
AEN