Foz do Iguaçu recebeu, na última sexta-feira (26), um voo particular de caráter emergencial com 171 cidadãos haitianos no Aeroporto Internacional do município. A maior parte do grupo seguiu viagem poucas horas depois para cidades como Curitiba (PR), Goiânia (GO), Porto Alegre (RS) e Campinas (SP), onde já possuem familiares ou redes de apoio.
Apenas cinco haitianos permaneceram temporariamente em Foz do Iguaçu para a regularização de documentos junto à Polícia Federal. Desses, dois já seguiram para São Paulo, onde têm familiares. Os demais aguardaram a conclusão dos trâmites legais antes de continuar o deslocamento.
Segundo a Prefeitura, a chegada do voo foi comunicada com pouco tempo de antecedência, o que exigiu mobilização emergencial de equipes da Secretaria Municipal de Assistência Social e de outros órgãos municipais. As pessoas que permaneceram na cidade foram encaminhadas à Casa de Passagem, onde receberam abrigo e alimentação durante o período de permanência.
Além do apoio municipal, a operação contou com a atuação de órgãos federais responsáveis pelos procedimentos migratórios e sanitários, como Polícia Federal, Receita Federal, Anvisa e Vigiagro, para garantir a regularidade do desembarque.
Em nota, a ASHBRA — Associação para a Solidariedade dos Haitianos no Brasil — informou que acompanhou a operação, que envolveu um voo charter internacional proveniente de Cap-Haïtien, no Haiti. Segundo a entidade, todos os passageiros possuíam visto regular concedido pelo governo brasileiro, principalmente para fins de reagrupamento familiar.
A ASHBRA explicou ainda que o voo foi operado pela empresa Universal Sky Carrier (USC), a partir de contratação da Anakaona Agência de Viagens e Turismo, com apoio de organizações da sociedade civil no Brasil para a recepção dos passageiros.
A operação também chamou atenção pelo tipo de aeronave utilizada. Um Airbus A321, de matrícula LZ-MDL, com pintura totalmente branca e sem identificação comercial, pousou em Foz do Iguaçu após decolar do Haiti e realizar uma escala em Lima, no Peru. A aeronave pertence à Fly2Sky Airlines, companhia aérea da Bulgária, e costuma ser utilizada em operações de fretamento.
Em outras ocasiões, a USC já havia solicitado autorizações para voos de transporte e repatriação de haitianos, em meio à instabilidade social e à redução de voos regulares no Haiti.
