O ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, deixou Foz do Iguaçu na manhã deste sábado (27) com destino a Brasília, em um avião da Polícia Federal. Preso no Paraguai na sexta-feira (26), ele passou a noite em uma sala da delegacia da PF no município, sem passar por audiência de custódia no Brasil.
A aeronave da Polícia Federal havia decolado da capital federal ainda na noite de sexta-feira (26) e retornou com o ex-diretor da PRF a bordo. O voo tem duração estimada de cerca de três horas.
Prisão no Paraguai
Silvinei Vasques foi preso no aeroporto do Paraguai ao tentar embarcar em um voo com destino a El Salvador, passando pelo Panamá. Segundo o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, o ex-diretor utilizava documento falso no momento da abordagem.
De acordo com a PF, Silvinei havia rompido a tornozeleira eletrônica, deixado o Brasil sem autorização judicial e seguido para o país vizinho. Assim que o rompimento do equipamento foi detectado, as autoridades brasileiras acionaram países da região, incluindo Paraguai, Argentina e Colômbia.
Ele portava um passaporte paraguaio original, mas que não correspondia à sua identidade. A prisão foi realizada pela polícia paraguaia dentro do aeroporto, com apoio da Polícia Federal brasileira.
Quem é Silvinei Vasques
Natural de Ivaiporã (PR), Silvinei Vasques ingressou na PRF em 1995 e construiu uma carreira de 27 anos na corporação. Durante o governo Jair Bolsonaro, alcançou o cargo máximo da instituição, tornando-se diretor-geral da PRF.
Após as eleições de 2022, aposentou-se voluntariamente com salário integral. Posteriormente, assumiu a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Inovação de São José, na Grande Florianópolis, mas pediu exoneração em dezembro de 2025, após as condenações judiciais.
Condenações judiciais
Silvinei Vasques foi condenado por improbidade administrativa pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), por utilizar a estrutura da PRF para fins eleitorais em 2022. Entre as irregularidades apontadas estão:
-
Uso de farda e símbolos da PRF em manifestações políticas
-
Publicações em redes sociais com pedidos explícitos de voto
-
Participação em eventos oficiais com viés eleitoral
Como penalidade, foi condenado ao pagamento de multa de aproximadamente R$ 546,6 mil, além de ficar proibido de contratar com o poder público por quatro anos.
Condenação por trama golpista
Em outro processo, o Supremo Tribunal Federal (STF) condenou Silvinei Vasques a 24 anos e seis meses de prisão, em regime fechado, por participação em uma organização criminosa que atuou para tentar reverter o resultado das eleições presidenciais de 2022.
Segundo a Corte, ele integrou o chamado “núcleo operacional” da trama golpista, sendo responsável por ações que teriam dificultado o voto de eleitores, especialmente no Nordeste, por meio de operações da PRF no dia do segundo turno.
Além da pena de prisão, Vasques teve os direitos políticos suspensos, tornou-se inelegível e foi condenado ao pagamento de indenização coletiva de R$ 30 milhões.
Situação atual
Após a prisão no Paraguai, Silvinei Vasques foi entregue às autoridades brasileiras, passou a noite em Foz do Iguaçu e, na manhã deste sábado, foi levado para Brasília, onde deverá ficar à disposição da Justiça para o cumprimento das decisões judiciais.





















































