Um radialista à moda antiga, daqueles que quando chegam para cobrir uma pauta é recebido com alegria pelos colegas e já vai trocando informações com os outros repórteres. Um profissional que era respeitado pelos entrevistados, fossem eles autoridades ou populares. Um colega de trabalho generoso e sempre de bom humor. “Você sabe que mora no meu coração e não paga aluguel”, era uma das frases clássicas do Ely, Eliezer Vitorino da Silva
Um narrador esportivo e flamenguista fanático, que tinha o futebol entre seus assuntos favoritos. Mas ao falar sobre seu time do coração sempre sabia para quem seus interlocutores torciam também.
Ely também era apaixonado pela família. O nome da esposa Andréia inevitavelmente surgia nas conversas, assim como os dos filhos Matheus e Ana Letícia, sempre de forma carinhosa e orgulhosa.
Nos últimos 13 anos de vida o Ely empunhou o microfone da Rádio Cultura. “Eu que acompanho o rádio há mais de 50 anos, sempre enxergando o talento e o Ely era aquele cara que entrava mesmo, fuçava, sempre fazendo uma provocação em termos de futebol, ele conhecia todos os delegados aqui da cidade, o nome de cada qual, conversava com cada qual, e sempre no aspecto de fazer uma provocação sobre o time de futebol que cada qual torce e etc.”, contou o radialista e diretor da rádio, Nelso Rodrigues.
A morte surpreendeu colegas e amigos! De um mal-estar aparentemente sem maior gravidade, veio o diagnóstico que ninguém gosta de receber. Ely foi acometido por um câncer agressivo. Em pouco tempo a doença tomou conta de seu fígado e outros órgãos do corpo. A gravidade da doença era tamanha que os médicos não recomendavam cirurgia ou qualquer outra terapia mais invasiva. Após dois curtos períodos de internação, Ely e sua família decidiram que ele iria para casa e ficarias sob cuidados paliativos.
Logo nas primeiras horas do dia, Ely já era alvo de mensagens de reconhecimento e carinho. “Queremos expressas nossa tristeza pela perda do colega Ely Silva, jornalista ímpar, com grande capacidade para cobertura de rua, narrações fantásticas do esporte aqui na nossa cidade e que fará muita falta para todos nós aqui dos meios de comunicação e para os ouvintes da na nossa cidade. Eu tive a satisfação de trabalhar com ele por alguns meses e era um profissional que sempre estendeu a mão para todos, disposto a colaborar. É uma grande perda para todos”, comunicou o jornalista Guilherme Wojciechowski, que comanda um noticiário nos microfones da Rádio CBN, ao lado da também jornalista Cris Loose.
“Eu tenho um profundo respeito, admiração e apreço pelo Ely. Ele talvez tenha sido o repórter a quem eu mais falei neste tempo em que estou em Foz do Iguaçu. Desde a época da Itaipu. E com profundo pesar, recebi a notícia, primeiro da doença e hoje de sua morte. Mas quem deixa legado, nunca vai embora, se eterniza nos feitos que deixa, se eterniza na família, se eterniza nos amigos que fez”, prefeito Silva e Luna
A morte que entristeceu os que conheciam Ely, também fez brotar lembranças e com elas lindas homenagens.
O grupo de whatsapp que reúne jornalistas da cidade e região se tornou um painel de tributos e demonstrações de carinho.
“Sou muito grata ao Ely… muitas orientações quando eu ainda era foca. Ele sempre foi muito generoso comigo, tanto para melhorar a performance em rádio quanto em passagens na tv. Lamento muito a passagem, perdemos um ícone da comunicação iguaçuense”, escreveu a jornalista Renata Thomazi, contando, inclusive, um episódio vivenciado ao lado do veterano. “O primeiro homicídio que fui cobrir em comunidade eu nunca vou esquecer. Ely me contextualizou totalmente, sobre comportamento, como agir com a polícia, comunidade local… assim, uma aula, coisa que a gente não tem na faculdade, e só colegas generosos de verdade tem a sensibilidade em querer ajudar”.
O jornalista Welinton Manoel também exaltou as qualidades do colega. “Um grande cara! muitos colegas de Foz TV puderam contar com o apoio dele durante as coberturas. tinha um olhar muito apurado para ganchos e não hesitava em compartilhar com quem ainda estava aprendendo”, escreveu.
“Dia triste. Grande amigo e rubro-negro raiz. Ser de Luz”, exaltou o também flamenguista Roberto Mafra.
“Sempre atencioso e trabalhador. Guerreiro. Fará falta…”, lamentou a publicitária Bianca Portela.
Moacir Dalla Palmar da Rádio Clube afirmou que Ely ‘foi um bom amigo, colega e excelente profissional’.
“A cidade de Foz do Iguaçu se despede hoje do repórter e radialista Ely Silva. Durante 13 anos esteve presente em todos eventos da nossa cidade, dos mais simples escutando o povo, aos mais complexos. Atento a tudo que acontecia. Nosso agradecimento por tudo que fez por nós. Que Deus o tenha”, Paulo Mac Donald Ghisi
A Câmara de Vereadores emitiu uma nota de pesar destacando que “Ely atuava na Rádio Cultura há 13 anos e era uma presença constante na cobertura política do Legislativo Iguaçuense, onde fez muitas amizades e era muito querido por todos. Ele deixa esposa, dois filhos e um legado de paixão pela comunicação e generosidade”.
“Que tristeza. Ely meu querido amigo… o encontrei não faz muito tempo e estava cheio de esperança…”, lembrou o jornalista Rogério Bonato.
“Recebo com profundo pesar a notícia do falecimento do jornalista Eli Silva, da Rádio Cultura Foz. Profissional respeitado, dedicou sua vida ao jornalismo e à informação em nossa cidade. Grande exemplo de profissional e ser humano.
Meus sentimentos aos familiares, amigos e colegas de trabalho.
Que descanse em paz”, Chico Brasileiro
Pelos canais de comunicação da Rádio Cultura, centenas de mensagens de condolências e relatos de admiração e respeito pelo repórter.
Ely faleceu na madrugada da última sexta-feira, 19, e foi sepultado em Santa Terezinha de Itaipu, onde residia.






















































