Foz do Iguaçu sedia, neste fim de semana, a Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, encontro que ocorre sob a presidência pro tempore do Brasil e em meio à expectativa pela assinatura do aguardado acordo comercial entre o bloco sul-americano e a União Europeia. Negociado há mais de duas décadas, o tratado pode marcar um novo capítulo na integração econômica entre as duas regiões.
Antes da reunião presencial, a agenda do Mercosul terá início com a realização da Cúpula Social, promovida em formato online nesta quinta-feira (18). O evento reúne representantes de governos, entidades acadêmicas, organizações sociais e movimentos da sociedade civil para discutir os desafios e as potencialidades do Mercosul como projeto de integração econômica e social diante da atual conjuntura política regional.
A abertura institucional contará com a participação de autoridades ligadas aos organismos do bloco e ao governo brasileiro, como representantes do Instituto Social do Mercosul, do Instituto de Políticas Públicas de Direitos Humanos do Mercosul, do Ministério das Relações Exteriores e do Conselho Nacional de Participação Social. Na sequência, uma mesa de debates abordará os impactos políticos, sociais e econômicos da integração regional, com contribuições de lideranças sindicais, pesquisadores e representantes de organizações da América do Sul.
A programação avança para o sábado (19), em Foz do Iguaçu, onde os presidentes e chanceleres dos países-membros se reúnem para discutir pautas estratégicas do bloco. Na véspera, ministros das Relações Exteriores e da Economia participam de encontros preparatórios, também na tríplice fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina.
O principal destaque da cúpula é o possível desfecho do acordo entre Mercosul e União Europeia. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que esta pode ser a última oportunidade para a assinatura do tratado durante seu mandato, sinalizando que o Brasil adotará uma postura mais firme caso não haja consenso entre as partes. Apesar das resistências de alguns países europeus, especialmente por preocupações relacionadas ao setor agrícola e ao uso de pesticidas, a Comissão Europeia trabalha para concluir o processo de ratificação antes do encontro.
Se aprovado, o acordo criará um mercado integrado de cerca de 722 milhões de habitantes. A expectativa é de ampliação das exportações europeias de veículos, máquinas, vinhos e licores para a América do Sul, enquanto produtos como carne, açúcar, arroz, mel e soja dos países do Mercosul terão maior acesso ao mercado europeu.
A cúpula em Foz do Iguaçu ocorre em um momento decisivo para o futuro do Mercosul e pode consolidar o bloco como um dos principais atores do comércio internacional, fortalecendo a integração regional e ampliando as relações econômicas com a União Europeia.






















































