Força Nacional é autorizada a atuar na Ponte da Integração, que pode abrir em 2025

Decisão do Ministério da Justiça ocorre enquanto a Receita Federal inicia a ocupação da nova aduana e prepara testes para operação da ponte.

Foto: Receita Federal/Ilustrativa

A Força Nacional de Segurança Pública foi oficialmente autorizada a atuar na área da Ponte da Integração Brasil–Paraguai, em Foz do Iguaçu. A medida consta na Portaria MJSP nº 1.089, assinada pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, e publicada no Diário Oficial da União no dia 5 de dezembro. O envio do efetivo ocorre por 90 dias, de maneira planejada e temporária, com foco na preservação da ordem pública, na segurança das pessoas e na proteção do patrimônio.

A decisão do ministro acompanha a movimentação da Receita Federal, que anunciou para esta semana o início da ocupação da nova aduana instalada ao lado da Ponte da Integração. Segundo o delegado da Receita Federal em Foz, Cezar Augusto Vianna, o complexo está em fase final de conclusão, faltando apenas ajustes técnicos de infraestrutura, como ligações de água, energia e esgoto.

Com esses serviços prestes a serem finalizados, a Receita iniciará uma etapa de testes operacionais para verificar se toda a estrutura está apta a funcionar. Se não houver pendências, a transferência de equipamentos e mobiliário começará de forma gradual, preparando o posto para entrar em operação assim que a data oficial de abertura da ponte for confirmada.

A abertura da Ponte da Integração, embora seja prevista ainda para 2025, continua dependente de tratativas diplomáticas entre Brasil e Paraguai. Essa definição considera também a agenda dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Santiago Peña. Há, inclusive, a possibilidade de que a inauguração fique para 2026 caso os trâmites pendentes se estendam.

O planejamento inicial prevê que a ponte funcione, no primeiro momento, apenas no período noturno, das 19h às 7h. A circulação será exclusiva para caminhões em lastro — veículos de carga vazios — que hoje utilizam a Ponte Internacional da Amizade no mesmo horário. Entre 400 e 600 caminhões cruzam diariamente a fronteira nessas condições, fluxo que deve ser redirecionado para a nova ligação binacional.

A Receita Federal destaca que esse funcionamento restrito é estratégico para evitar que a nova ponte enfrente os mesmos problemas de congestionamento e desorganização registrados na Ponte da Amizade. Somente após avaliações técnicas é que ônibus fretados e, futuramente, outros tipos de veículos poderão utilizar a estrutura.

Enquanto isso, a Polícia Federal reforçou neste mês a fiscalização na aduana da Ponte da Amizade. O aumento tradicional de fluxo no fim de ano motivou operações intensificadas contra crimes transfronteiriços, como tráfico de drogas e armas, contrabando e ações de organizações criminosas. Outros pontos estratégicos da fronteira também estão sendo monitorados.

A atuação da Força Nacional se soma a esse conjunto de medidas para fortalecer a segurança no corredor logístico da fronteira. O efetivo é formado por policiais militares e civis, bombeiros e peritos de diversos estados, mobilizados em situações emergenciais que exigem resposta integrada e coordenada pelo Ministério da Justiça.

Com a presença simultânea da Força Nacional, o avanço das obras na nova aduana e o redesenho do fluxo de caminhões, Foz do Iguaçu vive uma fase de reorganização da mobilidade fronteiriça. A expectativa é de que as mudanças reduzam o congestionamento na Ponte da Amizade e ampliem a capacidade de controle aduaneiro na região.

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