Hoje, 02 de dezembro, o Brasil amanhece em ritmo de história, saudade e celebração. É Dia Nacional do Samba — esse gênero que abraça a alma, desperta lembranças adormecidas e nos lembra, em cada batida, quem realmente somos.
Segundo a Fundação Cultural Palmares, “por tradição, que os historiadores da nossa música popular não sabem precisar com certeza, o Dia Nacional do Samba já é comemorado oficialmente em bom número das Unidades da Federação na data de 2 de dezembro. Dizem que o Dia do Samba remete a uma visita de Ary Barroso à Bahia, num 2 de dezembro; outros, afirmam que a data se prende ao Trem do Samba, ocupado pela Velha Guarda da Portela na Central do Brasil, e cuja primeira edição ocorreu em 1996…” (Fundação Cultural Palmares).
Entre histórias, versões e memórias, o que permanece é a força desse ritmo que atravessa gerações. O samba nasce no quintal, na roda improvisada, na mesa da cozinha, na calçada iluminada por risadas. É música que cheira a domingo, a festa de família, a passos ensaiados e a saudades que nunca doem — apenas aquecem.
Mas o samba é também história. História de um Brasil que se fez na mistura, na resiliência e na criatividade de seu povo. Filho direto das matrizes africanas que aqui chegaram, moldado pelo encontro com tradições indígenas, europeias e populares, ele se tornou mais do que um gênero musical: virou documento afetivo da formação cultural brasileira.
Cada compasso de samba carrega marcas de resistência, celebração e pertencimento. Nasceu na adversidade, ganhou corpo nos morros, nos terreiros e nos bairros que pulsavam vida simples e intensa. Cresceu acompanhando o país, registrando seus conflitos, transformações, esperanças e contradições. E, com o tempo, passou a ser não apenas trilha sonora, mas narrativa — uma maneira de contar quem somos e de onde viemos.
O Brasil se explica no samba, assim como o samba se explica no Brasil. Quando um começa, o outro completa. É por isso que, ao escutarmos seus acordes, tantas memórias se abrem: as do país e as nossas.
Hoje, celebramos mais que um ritmo. Celebramos a história que ele preserva, os encontros que ele provocou, os amores que embalou, as resistências que sustentou e as lembranças que ele mantém vivas dentro de cada brasileiro.
Porque o samba, ah… o samba nunca sai de nós. Ele mora, pulsa e recomeça todos os dias — especialmente hoje.
Aos amantes do Samba, um trechinho da música ícone do ritmo celebrado, composta por Ary Barroso.
Aquarela do Brasil
Brasil
Meu Brasil brasileiro
Meu mulato inzoneiro
Vou cantar-te nos meus versos
O Brasil, samba que dá
Bamboleio que faz gingar
O Brasil do meu amor
Terra de Nosso Senhor
Brasil (Brasil)
Pra mim (pra mim)
(…)
Até breve,
Estella Lucas
