A Argentina anunciou a criação da Agência Nacional de Migração, um novo órgão descentralizado integrado ao Ministério da Segurança, com a missão de modernizar o controle migratório, reforçar o trabalho nas fronteiras e enfrentar o avanço do crime transnacional na região. O anúncio foi feito pela ministra da Segurança, Patricia Bullrich, acompanhada da secretária de Segurança, Alejandra Monteoliva, que assumirá o comando da pasta.
Segundo Bullrich, a iniciativa representa “um elemento muito importante para a Nação”, ao propor um modelo mais abrangente e alinhado a padrões internacionais. A agência unificará ações de policiamento, inteligência migratória e coordenação fronteiriça, envolvendo também as províncias argentinas em uma atuação federal integrada.
A ministra afirmou que o fortalecimento da política migratória se tornou essencial diante das mudanças nos padrões de criminalidade na América do Sul. “Nosso país conseguiu manter grandes quadrilhas sob controle; para isso, o controle da imigração é fundamental. Precisamos transformar a atual Diretoria Nacional em uma Agência Nacional que aborde de forma integral todos os desafios migratórios”, disse.
O lançamento contou com a presença de representantes das principais forças de segurança: o Diretor Adjunto de Migração, Mariano Goyenechea; o Subchefe da Polícia Federal, Mariano José Giufra; o Diretor da Polícia de Segurança Aeroportuária, Alfredo Gallardo; o Prefeito Nacional da Marinha, Guillermo José Giménez Pérez; e o Diretor Nacional da Gendarmaria, Claudio Brilloni.
Durante o evento, Bullrich destacou que a nova agência buscará também agilizar o fluxo de entrada no país, especialmente em áreas que enfrentam congestionamentos crônicos. Um dos principais pontos mencionados foi o posto de controle do Tancredo Neves, na fronteira entre Foz do Iguaçu e Puerto Iguazú, onde longas filas chegam a durar horas.
A ministra alertou que as demoras prejudicam diretamente a economia de Puerto Iguazú. “Há perdas significativas porque muitas pessoas que vão a Foz ou a Ciudad del Este deixam de cruzar para Puerto Iguazú. Isso afeta o consumo, o trabalho e as atividades turísticas”, afirmou.
Bullrich também mencionou o crescimento acelerado da região trinacional e citou o projeto do museu Guggenheim em Foz do Iguaçu como exemplo do dinamismo brasileiro. Segundo ela, a Argentina precisa se posicionar “à mesma altura”.
Unificação de funções e modernização
Com a criação da agência, haverá unificação entre o trabalho das forças de fronteira e os agentes migratórios, com o objetivo de reduzir gargalos, atualizar procedimentos e padronizar práticas em todo o território. Bullrich destacou que hoje existe uma defasagem entre o controle eletrônico e a infraestrutura física dos postos migratórios, o que exige uma revisão profunda.
“A unificação permitirá alinhar a Argentina com modelos globais de gestão migratória. É um passo enorme para modernizar e ordenar o sistema”, concluiu.
