Feriado prolongado tem maior ocupação hoteleira do ano, diz secretário de Turismo

AquaFoz impulsionou turistas, mas falta de táxis e motoristas de app causa transtornos no Aeroporto Internacional, alerta secretário Jim Petricoski.

Foto: Motiva/DIvulgação (Meramente ilustrativa)

O secretário de Turismo de Foz do Iguaçu, Jim Petricoski, afirmou que o feriado prolongado registrou a maior taxa de ocupação hoteleira do ano, chegando a 95%. Segundo ele, a abertura do AquaFoz contribuiu fortemente para o crescimento no fluxo de visitantes. “Tivemos um dos melhores movimentos turísticos do ano. O AquaFoz puxou a demanda, repercutiu no Brasil inteiro e ajudou a elevar a ocupação”, destacou. As declarações foram dadas ao programa Contraponto – A voz do povo, da Rádio Cultura.

Apesar do bom momento, Petricoski reconheceu problemas na mobilidade, especialmente no acesso ao Aeroporto Internacional. A falta de táxis durante a madrugada tem causado reclamações. “Temos apenas 40 táxis cadastrados para o aeroporto. Quando chegam três ou quatro voos ao mesmo tempo, o sistema não dá conta”, afirmou. O secretário também mencionou dificuldades com motoristas de aplicativos que cancelam corridas. “Precisamos discutir regras claras. Alguns motoristas só aceitam corridas longas; isso prejudica o passageiro e a imagem da cidade.”

Sobre as obras na BR-469, o secretário classificou os transtornos como inevitáveis. “A duplicação é fundamental. A obra atrapalha, mas não tem como parar. Estamos ajustando horários com o DNIT para minimizar o impacto no turismo”, disse. Ele também comentou os acidentes registrados nos últimos dias, agravados pela chuva e pelo estreitamento da pista.

Um dos temas mais sensíveis foi o atraso no Espaço das Américas, estrutura que complementa o Marco das Três Fronteiras. Petricoski afirmou que o projeto estava parado há anos por entraves burocráticos. “Foram seis a oito anos de atraso. Agora conseguimos a licença ambiental estadual. O próximo passo é municipalizar o trecho da Perimetral. O investimento de R$ 35 milhões do Grupo Cataratas só depende disso”, afirmou. Ele também confirmou que o projeto resolverá a falta crônica de estacionamento no Marco: “É inadmissível um atrativo daquele porte sem estacionamento adequado.”

Petricoski ainda destacou a integração entre Turismo e Educação nas atividades do AquaFoz. “As crianças já tinham ido ao aquário antes da inauguração oficial. Fizemos questão de garantir que os alunos da rede municipal fossem os primeiros a conhecer o novo atrativo”, disse. A meta, segundo o secretário, é ampliar programas que aproximem moradores dos atrativos turísticos da cidade.

A infraestrutura urbana foi outro ponto considerado crítico. “Foz recebe orçamento de uma cidade de 300 mil habitantes, mas suporta o fluxo de quase um milhão de pessoas circulando entre turistas, fronteiriços e caminhões. Isso destrói o pavimento muito mais rápido”, explicou. Ele afirmou que gestões anteriores não apresentaram dados suficientes para pedir mais recursos. “Agora estamos corrigindo isso. É um problema técnico, não político.”

Sobre a saúde, Petricoski ressaltou o impacto regional e internacional no Hospital Municipal. “Atendemos turistas, moradores do Paraguai e muitos brasileiros que vivem lá. Se conseguirmos organizar melhor o cadastro desses ‘brasiguaios’, poderemos aumentar o repasse federal”, afirmou.

O secretário também comentou a situação da Beira Rio, área frequentemente mencionada por moradores como potencial espaço turístico. “Ali existem terrenos públicos e privados misturados. Se surgir um projeto relevante, podemos pensar em desapropriação. Já existe um estudo para um parque linear”, revelou.

Por fim, abordou o atraso na programação do Natal de Foz. “Planejamos o Natal com seis meses de antecedência, mas enfrentamos entraves internos e burocráticos. A Fundação não tinha o recurso liberado no tempo certo porque tentamos, antes, viabilizar o evento com Estado, União e Itaipu. Isso atrasou o processo”, explicou. Ainda assim, garante que a cidade terá decoração de impacto: “Vamos entregar um Natal icônico, com identidade própria.”

Petricoski encerrou falando sobre a falta de campanhas estruturadas de marketing turístico. “Não conseguimos contratar agência e não temos tráfego pago oficial. Tudo o que cresce hoje é orgânico. Precisamos de mais liberdade burocrática para trabalhar”, afirmou. Ele informou que a Fundação de Turismo deve receber R$ 2 milhões para ações futuras.

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