A Ponte da Integração, nova ligação entre Foz do Iguaçu (Brasil) e Presidente Franco (Paraguai), tem inauguração prevista para 21 de dezembro, com presença dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Santiago Peña. Apesar da conclusão da obra e do avanço da Perimetral Leste, que permitirá seu uso, o funcionamento será limitado nos primeiros anos e não resolverá de imediato o excesso de tráfego na Ponte da Amizade.
Embora a ponte esteja pronta desde 2022, falta a conclusão de obras complementares no Paraguai, como o contorno urbano de Presidente Franco e a ponte sobre o Rio Monday. Essas intervenções só devem ficar prontas em 2027, o que impedirá o uso pleno da nova rota por caminhões carregados. Segundo o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Daniel Falcon Lins, trata-se de “um processo complexo, que envolve fiscalização, interesses da sociedade e o adequado funcionamento das obras de infraestrutura”.
A situação foi debatida em uma reunião nesta quarta-feira (19) entre autoridades dos dois países, convocada pelos ministérios de Relações Exteriores. O encontro nem mesmo definiu a data final da cerimônia de entrega, com duas possibilidades ainda em análise: 15 ou 21 de dezembro. A segunda data ganhou força porque Foz do Iguaçu sediará, no dia 20, a Cúpula das Américas, transferida do Rio de Janeiro para a cidade.
Também não houve acordo sobre o modelo inicial de operação. O Paraguai propôs que apenas caminhões vazios utilizem a ponte durante a noite, entre 22h e 5h. A Receita Federal do Brasil discordou, alegando falta de capacidade operacional nesse horário, e sugeriu o funcionamento entre 7h e 19h, em ambos os sentidos. A definição caberá aos prefeitos de Foz e Presidente Franco.
Pelo cronograma provisório, o uso será ampliado progressivamente. No primeiro mês, o tráfego será restrito principalmente a caminhões vazios. Depois, ônibus de turismo poderão cruzar a ponte, enquanto automóveis e motocicletas serão liberados após avaliações das aduanas. Caminhões carregados só deverão passar a partir do primeiro trimestre de 2027. A previsão é de que, após seis meses de funcionamento, o tráfego seja ininterrupto, caso haja condições operacionais.
Mesmo com a abertura oficial ainda este ano, a Ponte da Integração começará a funcionar de forma gradual, e sua plena utilização dependerá do avanço das obras no lado paraguaio.