PF deflagra duas operações contra contrabando, armas e lavagem em quatro estados

Operações Escolta e Resgate Ilícito miram organizações transnacionais com ações no Paraná e apreensões que somam mais de R$ 13 milhões.

Operações Escolta e Resgate Ilícito cumprem mandados simultâneos em quatro estados. Foto: Leandro Zanotto.

A Polícia Federal realiza, nesta terça-feira (18), a Operação Escolta, visando romper uma organização criminosa especializada no descaminho de celulares de alto valor vindos do Paraguai, lavagem de dinheiro e, de forma secundária, tráfico internacional de armas e munições. Foram expedidos 5 mandados de prisão preventiva e 35 de busca e apreensão, além de medidas como monitoramento eletrônico. A Justiça também determinou o bloqueio e o sequestro de bens avaliados em aproximadamente R$ 57 milhões.

As ações ocorrem em 12 municípios de quatro estados, com apoio da Receita Federal. As investigações (2024–2025) indicam que as mercadorias entravam clandestinamente pela Ponte da Amizade, por meio de motoqueiros, veículos com fundos falsos e rotas fluviais no rio Paraná. Os produtos eram armazenados em um hotel e casas de condomínio em Foz do Iguaçu e, depois, enviados a Curitiba, Norte do Paraná e outros centros consumidores, escondidos em caminhões com compartimentos ocultos.

Foram registradas 16 apreensões, somando mais de R$ 13 milhões. Uma investigada internalizou sozinha mais de R$ 50 milhões em celulares em menos de um ano. O grupo usava escoltas armadas e equipamentos de contrainteligência, como raio-X e jammers. O nome da operação remete justamente aos veículos de “escolta” utilizados para proteger as cargas.

Municípios-alvo:
Paraná: Foz do Iguaçu, Santa Terezinha de Itaipu, Londrina, Munhoz de Melo, Almirante Tamandaré, São José dos Pinhais, Itaperuçu, Colombo, Curitiba
Goiás: Goiânia
São Paulo: São Paulo
Mato Grosso do Sul: Campo Grande

Também nesta terça-feira (18), a PF deflagrou a Operação Resgate Ilícito, destinada a desarticular uma organização envolvida no contrabando de eletrônicos, além de corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro. São cumpridos 12 mandados de busca e apreensão e medidas de sequestro de bens em Cascavel e Foz do Iguaçu.

A investigação começou após prisões entre 2024 e 2025, quando foram apreendidas cargas ilícitas avaliadas em cerca de R$ 20 milhões, incluindo smartphones sem documentação fiscal e cigarros eletrônicos proibidos no país. O grupo utilizava empresas de fachada e veículos em nome de terceiros para dar aparência de legalidade às operações.

Há indícios do envolvimento de policiais, que, em 14 de maio de 2025, teriam participado de uma falsa ação de resgate de carga roubada, alegando buscar um caminhão furtado. As evidências apontam que a ação serviu para proteger interesses do grupo e recuperar bens ilícitos.

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