Os livros e registros históricos da Igreja São João Batista e da Casa Paroquial foram oficialmente tombados como bens móveis culturais do município de Foz do Iguaçu. A decisão foi aprovada pelo Conselho Municipal de Patrimônio Cultural, após um levantamento detalhado realizado pela entidade. A Fundação Cultural que também abriu processo para o tombamento da torre da igreja e da Casa Paroquial, reconhecendo o conjunto como parte fundamental da memória urbana e afetiva da cidade.
O estudo identificou o acervo como um importante patrimônio documental, essencial para compreender a formação religiosa, social e demográfica de Foz do Iguaçu. Antes da criação dos registros civis, os livros paroquiais eram a principal forma de documentação das comunidades, registrando acontecimentos que hoje ajudam a reconstituir a história local e familiar de muitas gerações.
Entre os principais tipos de registros preservados estão os livros de batismos, casamentos, óbitos, crismas e o Livro de Tombo — este último, um documento histórico que reúne informações sobre a administração da paróquia, aquisições, doações, reformas, além de registrar eventos notáveis como secas, epidemias e acontecimentos religiosos marcantes.
Os livros de batismo, por exemplo, trazem dados sobre nomes, datas de nascimento e batismo, pais e padrinhos, enquanto os registros de casamento e óbito revelam laços familiares, origens e costumes da população. Juntos, esses documentos oferecem um retrato vívido da vida social e espiritual da comunidade iguaçuense desde o início do século XX.
A história da Igreja São João Batista acompanha o desenvolvimento da cidade. Em 1916, foi doado o terreno para sua construção. Sete anos depois, em 1923, chegaram os primeiros religiosos em caráter definitivo: Monsenhor Guilherme Maria Thiletzek, Padre João Progzeba e Irmão Bianchi, vindos de Guarapuava. No ano seguinte, iniciou-se a construção da primeira capela, em madeira, que logo se tornaria um Curato, vinculado à prelazia de Guarapuava.
Em 1925, durante uma comemoração pela passagem da Coluna Prestes, um dos fogos de artifício atingiu a cobertura da capela, provocando um incêndio que a destruiu completamente. No ano seguinte, o Curato foi elevado à categoria de Prelazia, e Monsenhor Guilherme foi nomeado prelado. A partir daí, começaram os esforços para erguer a igreja e a casa paroquial em alvenaria.
A Casa Paroquial ficou pronta em 1930, e em 1934 a nave principal e a Via Sacra foram abertas ao público, mesmo com as obras ainda em andamento. A torre da igreja foi concluída em 1952, permitindo que os sinos ecoassem pela primeira vez sobre a cidade. Já em 1960, o templo ganhou os vitrais que hoje caracterizam sua arquitetura, e nos anos 1990 foi construído, ao fundo do terreno, o Centro Pastoral Padre Germano Lauck.
Com o tombamento, os registros passam a ter proteção legal e técnica, garantindo sua conservação e acesso às futuras gerações. Para a Fundação Cultural, a medida reforça o compromisso de preservar a história e a identidade de Foz do Iguaçu, valorizando não apenas os monumentos, mas também os documentos que narram o cotidiano, a fé e as transformações de uma comunidade que ajudou a moldar o município.





















































