UNILA passa a ter prédio próprio no Jardim Universitário após decreto de desapropriação

Imóvel, usado há mais de 10 anos, será adquirido com recursos de R$ 65 milhões repassados pela Itaipu; medida garante autonomia e reduz custos com aluguel.

Decreto federal garante à UNILA a posse definitiva do prédio do Jardim Universitário. Foto: Assessoria.

Após dois anos de tratativas, a Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA) conquistou um marco histórico: o prédio do Jardim Universitário (JU) passará a ser de propriedade da instituição. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Educação, Camilo Santana, assinaram o Decreto nº 12.706, que autoriza a desapropriação do imóvel. O processo será conduzido pela própria Universidade, em caráter de urgência.

A aquisição será feita com recursos de R$ 65 milhões repassados pela Itaipu Binacional, por meio de convênio aprovado pelo Conselho Universitário. O espaço, utilizado pela UNILA há mais de uma década, possui 112 mil metros quadrados de terreno e 19 mil metros quadrados de área construída, com 27 salas de aula, 78 laboratórios, biblioteca, ginásio, auditório e restaurante universitário.

Para a reitora Diana Araujo Pereira, a compra representa um avanço significativo na consolidação da Universidade. “Com o prédio próprio, ganhamos autonomia de fato para desenvolver ensino, pesquisa e extensão. O JU está pronto para atender às nossas necessidades, especialmente de laboratórios de alta complexidade, que não cabem nas estruturas do Campus Arandu”, afirmou.

O JU será o segundo imóvel próprio da UNILA, ao lado do Campus Integração. Atualmente, a Universidade ainda ocupa espaços alugados, como o Itaipu Parquetec e o Edifício Almada. Com o fim do aluguel do Jardim Universitário, hoje de R$ 426 mil mensais, a instituição estima economizar cerca de R$ 4,5 milhões por ano, valores que poderão ser aplicados em reformas e melhorias estruturais.

A desapropriação também garante estabilidade para as atividades acadêmicas e de pesquisa, já que o Campus Arandu, projetado por Oscar Niemeyer, ainda está em obras e não contempla laboratórios de alta complexidade. “Precisamos de espaços imediatos e o JU oferece essa infraestrutura. Ter imóveis próprios é essencial para a autonomia e a continuidade das nossas atividades, mesmo em períodos de instabilidade política e orçamentária”, destacou Diana.

A ampliação dos espaços próprios também abre caminho para a expansão da UNILA. Hoje a instituição oferece 29 cursos de graduação, mas outros 12, já aprovados pelo Conselho Universitário, aguardam implantação por falta de estrutura. “Com o Jardim Universitário como parte definitiva do patrimônio da UNILA, damos um passo importante para o crescimento e para o fortalecimento da integração acadêmica latino-americana”, completou a reitora.

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