PF mira caça ilegal dentro do Parque Nacional do Iguaçu e apreende armas e carne de peixe

Investigação aponta que policial penal utilizava cargo e armamento para caçar em área de proteção integral; operação busca coibir reiteração de crimes ambientais.

PF realiza operação contra caça ilegal no Parque Nacional do Iguaçu. Fotos: Polícia Federal.

A Polícia Federal cumpriu, nesta segunda-feira (3), um mandado de busca e apreensão expedido pela Justiça Federal no âmbito de uma investigação iniciada a partir de informações do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). A operação teve como objetivo coletar provas relacionadas à prática de crimes ambientais e ao possível porte ilegal de arma de fogo de uso restrito.

O procedimento investigatório foi instaurado após o recebimento de documentação do ICMBio que relatava a possível ocorrência de crimes ambientais dentro do Parque Nacional do Iguaçu, uma Unidade de Conservação Federal. As informações iniciais indicam o envolvimento de servidores da área de segurança pública, incluindo um policial penal.

De acordo com as investigações, em setembro de 2025, o mesmo indivíduo teria sido novamente flagrado por armadilhas fotográficas em uma trilha de caça localizada dentro dos limites do parque. As imagens, datadas de 17 de setembro de 2025, mostram o investigado portando uma arma longa e acompanhado de outras duas pessoas ainda não identificadas.

O modo de operação sob apuração aponta que o investigado se valia de sua condição de agente de segurança pública e da posse de armamento para adentrar área de proteção integral e praticar caça ilegal, atividade que representa grave ameaça à fauna local, incluindo espécies ameaçadas de extinção.

O mesmo policial penal já havia sido alvo de um Inquérito Policial em 2021, por fatos semelhantes ocorridos nas imediações da Unidade de Conservação. Na ocasião, a PF concluiu pela materialidade do crime de caça (artigo 29 da Lei nº 9.605/98), embora não tenha ocorrido indiciamento formal por se tratar de crime de menor potencial ofensivo.

Com a reiteração da conduta, agora dentro dos limites do parque, a Justiça considerou necessária a adoção da medida de busca e apreensão para coibir a continuidade das práticas ilegais. Na ação realizada nesta segunda-feira, foram apreendidas três armas de fogo (uma espingarda e duas pistolas), munições, materiais de caça e carne congelada de peixe. Todo o material foi encaminhado para perícia. As investigações continuam em andamento.

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