O fechamento do acesso ao Jardim Jupira pela BR-277, anunciado neste domingo (26) pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), provocou indignação entre empresários e moradores de Foz do Iguaçu. A medida, que segundo a PRF tem caráter preventivo e visa reforçar a segurança nas imediações da Ponte da Amizade, é vista pelos afetados como um ato de descaso e falta de diálogo com a comunidade.
Para quem vive e trabalha no bairro, a decisão representa mais do que uma mudança no trânsito — é um golpe na economia local. O empresário Jonatan Clemente, dono de um estabelecimento na marginal da rodovia, não poupou críticas. “É um total desrespeito com a população e com os empresários. Com o fechamento, os comércios vão ser extremamente prejudicados, e o desemprego vai ser eminente”, afirmou. Segundo ele, cerca de 500 pessoas dependem diretamente das empresas instaladas na região.
Clemente lembra que o movimento comercial já havia despencado após o fechamento da primeira alça de acesso, no sentido Paraguai. Agora, com o bloqueio total, o temor é que o bairro fique isolado. “Ninguém foi consultado. Amanheceu de um jeito e à noite já estava de outro. Fizeram tudo na surdina”, desabafou o empresário, que também criticou promessas antigas de autoridades. “Na campanha, falaram em trincheira e melhorias, mas o que estamos vendo é o contrário: estão fechando tudo.”
O presidente da Associação de Moradores do Jardim Jupira, Leomar Dutra, compartilha da mesma insatisfação. Para ele, o fechamento atinge diretamente os pequenos comerciantes e prejudica o deslocamento de quem mora no bairro. “Essa era a única entrada da BR-277 que usávamos em horários de congestionamento. Agora, os moradores têm que se arriscar para atravessar perto do guard-rail, onde já perdemos três pessoas atropeladas”, contou. Dutra afirma que a comunidade aguarda resposta do DNIT e da PRF, após reunião realizada no fim de semana.
Apesar das justificativas de segurança apresentadas pela PRF — que aponta uso irregular do acesso por motoristas e risco de crimes na região —, o sentimento no Jardim Jupira é de abandono. Enquanto o poder público promete uma trincheira futura que resolveria o problema, empresários e moradores enfrentam um presente de incertezas. “É fácil falar em obra que ainda não saiu do papel. Difícil é sustentar um comércio com as portas abertas sem clientes entrando”, resumiu um comerciante ouvido pela reportagem.
A Rádio Cultura procurou a Secretaria Municipal de Segurança Pública, que informou que a decisão de fechamento partiu da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da concessionária EPR, responsáveis pela administração da rodovia. A Rádio Cultura também procurou a PRF, mas até o momento não obteve retorno.



















































