O número reduzido de psicólogos educacionais na rede municipal de ensino tem se tornado motivo de preocupação entre educadores e parlamentares. Conforme resposta da Secretaria Municipal da Educação a um requerimento da vereadora Valentina, o município conta com apenas quatro psicólogos efetivos para atender 96 unidades escolares, o que representa uma média de 24 escolas por profissional.
Três desses servidores atuam no Programa de Combate ao Abandono Escolar, enquanto o quarto foi remanejado para o Centro de Atendimento ao Transtorno do Espectro Autista (TEA). Não há profissionais terceirizados nem contratados temporariamente, o que, segundo especialistas, torna o atendimento psicológico educacional insuficiente para as demandas diárias da rede.
Os psicólogos exercem funções de caráter itinerante, prestando assessoramento técnico às equipes pedagógicas, realizando visitas, formações e palestras, além de acompanhar casos encaminhados pelas escolas. Entretanto, a amplitude das atribuições e o grande número de unidades atendidas acabam limitando o alcance e a profundidade das ações.
A Secretaria admitiu que não há um programa estruturado de formação continuada para esses profissionais, restringindo-se à participação eventual em congressos e eventos de atualização.
Para a autora do requerimento, o acompanhamento psicológico no ambiente escolar é fundamental para o desenvolvimento integral dos estudantes, contribuindo para prevenir problemas de aprendizagem, conflitos comportamentais e dificuldades emocionais. A parlamentar defende que o Legislativo deve cobrar transparência e propor a ampliação das políticas públicas voltadas à saúde mental e à inclusão educacional.
Apesar de reconhecer a importância do trabalho, a secretaria ressalta que o atendimento clínico individualizado é de responsabilidade da área da saúde e que a atuação dos psicólogos educacionais se concentra no acompanhamento pedagógico e na articulação com a assistência social, conforme previsto na legislação municipal e federal.
Enquanto isso, o cenário evidencia uma defasagem significativa de profissionais, comprometendo o suporte necessário aos estudantes e às equipes escolares diante dos desafios emocionais e comportamentais cada vez mais presentes no ambiente educacional.