Em meio ao acirramento político entre o Executivo e o chamado G9 — grupo de nove vereadores que declarou independência em relação à base governista —, o prefeito Silvio Luna publicou nesta terça-feira (14) uma série de exonerações de cargos comissionados. Entre os nomes, está o de Wilson Batista da Silva, que ocupava função de Assessor I na Secretaria Municipal de Meio Ambiente, como diretor de bem-estar animal.
A decisão consta na Portaria nº 83036 do Diário Oficial do Município e produz efeitos a partir de 3 de novembro. O ato integra uma lista de 11 exonerações assinadas no mesmo dia, interpretadas nos bastidores como um recado político ao grupo que, recentemente, passou a adotar postura independente na Câmara Municipal. Wilson era ligado ao vereador Balbinot, um dos integrantes do grupo dos 9.
Para observadores da cena política, o movimento do Executivo mira o que seria o elo mais sensível do G9 — vereadores que ainda mantêm vínculos administrativos com o governo por meio de indicações em cargos de confiança. Entre eles, além de Balbinot, estariam professora Márcia Bachixte e Beni Rodrigues.
A medida é vista como um teste à coesão do grupo, formado após meses de insatisfação com o ritmo de diálogo entre a Câmara e o Paço Municipal. Agora, com as exonerações, o G9 é colocado à prova sobre até onde vai sua independência política.
Diretoria de Bem-Estar Animal
O que chama a atenção é que Wilson Batista da Silva ocupava o cargo há apenas três meses. Ele substituiu a radialista e protetora Adriana Cardoso, que deixou a Diretoria de Bem-Estar Animal no fim de julho. Na ocasião, Adriana afirmou que estava saindo porque não tinha “padrinhos políticos”. Questionado à época, o secretário de Meio Ambiente, Idelson Chaves, disse que a troca buscava “dar mais governabilidade à pasta”.
No entanto, desde então, Wilson enfrentava dificuldades para conduzir o setor, em meio a cobranças crescentes da comunidade protetora e à escassez de recursos destinados às ações de cuidado animal. As queixas se intensificaram nas últimas semanas.
No Dia Mundial dos Animais, protetores e protetoras de Foz do Iguaçu denunciaram a falta de apoio do poder público e o descumprimento de compromissos assumidos com quem atua diretamente no resgate e acolhimento de animais em situação de vulnerabilidade. A distribuição de ração, por exemplo, ocorreu apenas uma vez em 2025, embora o previsto fosse a cada 90 dias.
A castração, interrompida desde o ano passado, foi retomada apenas nesta semana e de forma parcial — restrita a machos. Além disso, a clínica veterinária conveniada, responsável por atender protetores e famílias de baixa renda, enfrenta saldo contratual praticamente esgotado, o que levou a Secretaria de Meio Ambiente a exigir autorização prévia da Diretoria de Bem-Estar Animal para cada atendimento, dificultando ainda mais o acesso aos serviços.