“Brincadeira de criança, como é bom…” — o refrão da canção lançada em 1997 ficou gravado na memória de quem viveu uma infância cercada de corda, amarelinha, esconde-esconde e tantas outras aventuras que marcaram gerações. Quase meio século se passou e, nesse intervalo, muita coisa mudou, sobretudo a forma de brincar. Hoje, ruas, quintais e praças perderam espaço para as telas. Celulares, tablets, TVs e smartphones ocupam cada vez mais os olhares curiosos dos pequenos.
Uma pesquisa do Instituto Datafolha, realizada pela Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, revela que 78% das crianças de até 3 anos e 94% das que têm entre 4 e 6 anos já usam telas diariamente, muitas delas por duas a três horas por dia — mais do que o dobro do limite recomendado pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Para crianças maiores de 2 anos, no máximo 1 hora diária. Já para os menores de 2 anos, a orientação é nenhum tipo de exposição.
A visão se desenvolve do nascimento até os 7 anos, período em que problemas como catarata congênita, glaucoma, estrabismo ou altos graus de miopia podem comprometer o desenvolvimento visual. Por isso, avaliações periódicas com o oftalmologista são fundamentais para identificar alterações precocemente.
Excesso à vista
“Temos observado um aumento de casos de estrabismo, ou ‘olho torto’, principalmente pelo uso excessivo de telas muito próximas dos olhos. Nos primeiros anos de vida, o cérebro pode suprimir a imagem do olho afetado, gerando uma sequela visual. Se o tratamento com tampão ou óculos não for feito até os 7 anos, a condição pode se tornar irreversível”, explica a oftalmologista Carolina Andrade, do Hospital de Olhos de Cascavel.
Segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), cerca de 20% das crianças em idade escolar apresentam algum problema de visão. Entre as doenças mais comuns nessa faixa etária estão miopia, hipermetropia e astigmatismo.
Cada olhar conta!
A visão é uma janela para o mundo e, nos primeiros anos de vida, cada olhar faz diferença. Observar como a criança enxerga pode prevenir problemas que, se não tratados a tempo, podem se tornar permanentes. Pequenos sinais muitas vezes passam despercebidos: “os pais devem ficar atentos a alguns sinais. Se a criança entorta os olhos, esfrega-os com frequência, aproxima muito o rosto de objetos ou apresenta manchas ou alterações dentro do olho, é fundamental procurar um oftalmologista. Quanto mais cedo a avaliação e o tratamento forem feitos, maiores são as chances de preservar a visão e evitar sequelas permanentes”, alerta a médica.
De acordo com a especialista, voltar às brincadeiras simples do dia a dia, como jogar bola, andar de bicicleta ou se divertir no parquinho, é fundamental. “Essas atividades não apenas estimulam o corpo e a mente, mas também ajudam a preservar a saúde dos olhos. Atualmente, muitas crianças entre 7 e 12 anos chegam ao consultório com graus elevados de miopia, tornando-se dependentes do uso de óculos. Retomar o contato com atividades ao ar livre é fundamental para proteger a visão desde cedo”, recomenda a Dra. Carolina Andrade.
Sobre o Hospital de Olhos de Cascavel
O Hospital de Olhos de Cascavel é o único hospital oftalmológico do Paraná com a certificação ONA Nível 3, o que atesta a qualidade e segurança oferecida aos pacientes há mais de três décadas. Com duas unidades localizadas em Cascavel e uma unidade prestes a ser inaugurada na cidade de Toledo, o Hospital de Olhos é referência em cuidado com a visão. Além do corpo clínico altamente qualificado, oferece aos pacientes estrutura moderna com salas cirúrgicas, centro de diagnóstico por imagem, ambulatórios clínicos e cirúrgicos, todas elas equipadas com tecnologia de última geração para exames e procedimentos.