Uma professora pública municipal de Foz do Iguaçu apresentou um diploma de mestrado, supostamente emitido pela Pontifícia Universidade Católica, que não teve sua veracidade confirmada por sindicância interna da Prefeitura Municipal. A servidora assumiu a responsabilidade por apresentação de documento falso e fez acordo para devolução dos valores para o município.
O falso diploma fez com que a professora, que leciona na Escola Municipal Arnaldo Izidoro de Lima, progredisse na carreira e tivesse aumento de cerca de R$ 400 no salário. O salário indevido foi pago entre os meses de setembro de 2024 e abril de 2025. Ao todo a servidora recebeu irregularmente R$ 4.216,59, que serão devolvidos em 11 parcelas de R$ 383,33, já descontado em folha de pagamento e com correção.
A veracidade do diploma da professora começou chamar a atenção de colegas, que levaram o questionamento adiante. Em uma reunião entre a direção da escola e a professora esta admitiu que o diploma era falso e justificou sua atitude alegando que “não estava bem, se sentindo inferior, mas com a consciência de que estava fazendo errado”, narra a ata da reunião. A servidora ainda disse que a atitude ilícita a fez se sentir mal a ponto de pedir afastamento das atividades laborais e estar passando por tratamento psiquiátrico. A ata revela ainda que a docente se mostrou arrependida e disposta a resolver a situação. Contou ainda que comprou o diploma falso por telefone, com DDD de São Paulo, mas que não se recorda nem possui mais o contato.
A confirmação do crime veio pela própria PUC que negou que tenha emitido o documento. Além do acordo administrativo, a professora também firmou acordo de não persecução penal com o Ministério Público.
Desde janeiro, o Legislativo municipal está as voltas com diplomas sem comprovação de veracidade de, ao menos, três assessores parlamentares. Adilson Ramão, ex-assessor do vereador Cabo Cassol, responde processo na Justiça. Ele alega que caiu num golpe de uma escola do Rio de Janeiro e não aceitou acordo com o Ministério Público. Ramão trabalhou três anos. Thiago de Carvalho Oliveira, foi assessor da vereadora Carol Dedonatti, por dois anos, fechou acordo de não persecução penal, sob a condição de devolução dos valores recebidos no período. Mais recentemente, o ex-assessor do vereador Ranieri Marchioro, Leandro da Silva Pinto, também foi acusado de apresentar documento de conclusão do ensino médio falso. Ele admite que o documento não é legítimo, mas também se diz vítima de um golpe. Leandro ficou por quatro meses na Câmara.