A Itaipu iniciou nesta semana a montagem do primeiro conjunto de painéis da usina solar flutuante experimental no reservatório da hidrelétrica. O projeto, que contará com dez segmentos de placas fotovoltaicas, deve ser concluído até o fim de setembro. A expectativa é que a usina entre em operação ainda este ano, com toda a energia gerada destinada ao consumo interno da própria Itaipu.
O sistema será composto por 1.584 módulos solares, com potência de 705 watts-pico (Wp) cada, instalados sobre 4.199 flutuadores. A estrutura terá capacidade instalada de 1 megawatt-pico (MWp), energia suficiente para abastecer cerca de 650 residências. O primeiro segmento, com 132 placas, já foi fixado no reservatório.
Para o diretor-geral brasileiro da Itaipu, Enio Verri, a iniciativa representa um avanço na inovação e na transição energética. “Este projeto nos ajuda a compreender como novas tecnologias podem ser integradas à operação da usina, mantendo sua missão principal de geração hidrelétrica segura e sustentável”, afirma.
A usina está sendo implantada por um consórcio binacional formado pelas empresas Sunlution (Brasil) e Luxacril (Paraguai), vencedor do edital promovido por Itaipu com proposta de US$ 854,5 mil. O sistema ficará conectado à subestação da margem paraguaia, próximo do local onde a usina flutuante está sendo instalada. Os equipamentos têm certificações internacionais de qualidade, vida útil estimada de 30 anos e resistência a condições climáticas adversas.
Segundo Rogério Meneghetti, superintendente de Energias Renováveis da Itaipu, o objetivo é testar cada etapa do processo antes de considerar uma possível ampliação da iniciativa. “Estamos convertendo planejamento em realidade. Este é um projeto experimental que vai nos ajudar a entender os desafios técnicos, ambientais e de integração com a nossa rede interna e a comparar a eficiência entre geração em solo e sobre a água”, explica.
Quanto à expansão do projeto levando em conta o tamanho do Lago de Itaipu, Meneghetti lembra que se 10% do espelho d’água do reservatório pudesse ser ocupado por placas fotovoltaicas, a capacidade instalada da usina solar seria equivalente à da própria Itaipu: 14 mil megawatts. “É claro que isso é apenas um dado teórico, mas mostra o quanto essa tecnologia pode ser estratégica no futuro.”