Em uma reunião realizada em Brasília, na terça-feira (09), representantes dos governos federal, estadual e autoridades ligadas à área de infraestrutura e fiscalização discutiram os últimos detalhes para a entrega da Aduana da Ponte da Integração, que ligará Foz do Iguaçu ao Paraguai.
O encontro contou com a presença dos ministros da Fazenda, Fernando Haddad, da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, do secretário da Receita Federal Nacional, Robinson Barreirinhas, além de representantes do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e da Receita Federal de Foz do Iguaçu. A agenda foi solicitada pelo diretor-geral da Itaipu Ênio Verri.
Segundo Verri, a obra já está 75% concluída, conforme anunciado pelo Governo do Paraná, e a entrega está prevista para 30 de novembro. “O governo do estado assumiu publicamente essa data. Nossa preocupação era saber se, uma vez entregue a obra, a Receita Federal teria quadros técnicos prontos para iniciar as operações, e a resposta foi positiva”, afirmou Ênio Verri, em entrevista para o Programa Contraponto, da Rádio Cultura.
Durante o encontro, ficou definido que, assim que a estrutura física for entregue, a Receita Federal disponibilizará imediatamente todo o corpo técnico necessário para o funcionamento da nova aduana.
Além da reunião com a Receita Federal, houve um segundo encontro com representantes da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Força Nacional e outros órgãos federais responsáveis pela fiscalização das fronteiras. A intenção é alinhar a atuação de todos os órgãos envolvidos, incluindo Vigilância Sanitária, Ministério da Agricultura (MAPA) e demais setores, garantindo que a nova estrutura esteja totalmente funcional no momento da inauguração.
“Nos próximos dias, teremos outro encontro com esses órgãos para que tudo esteja organizado. Queremos que, no dia em que a obra for entregue, a estrutura esteja pronta para assumir o local e começar a operar”, explicou o diretor.
Sobre o tráfego na Ponte da Integração, a definição inicial é que apenas caminhões utilizem a nova travessia, com o objetivo de desafogar a Ponte Internacional da Amizade, que hoje concentra todo o fluxo de veículos entre Brasil e Paraguai.
A média diária é de mil caminhões cruzando a fronteira. Em etapas futuras, poderá haver flexibilização, permitindo também a circulação de veículos de passeio. “O começo precisa ter algumas regras, que serão ajustadas de acordo com a realidade do dia a dia”, disse o diretor.
Um desafio para a operacionalização plena do projeto está do lado paraguaio. Para que os caminhões circulem sem passar por áreas urbanas, é necessária a conclusão da ponte sobre o Rio Monday, cuja entrega está prevista apenas para meados de 2026.
Enquanto isso, o Paraguai estuda alternativas, como a utilização temporária de um contorno que passará pela cidade. “Essa decisão cabe ao governo paraguaio. Pelo que sei, eles devem iniciar com o contorno e trabalhar para agilizar a conclusão da ponte”, destacou Verri.
Ele também descartou qualquer possibilidade de desvio de caminhões por dentro de Foz do Iguaçu. “Isso seria impossível, a cidade não tem estrutura para suportar esse tipo de fluxo”, ressaltou.
Ao final das reuniões, o saldo foi considerado muito positivo. O diretor destacou o comprometimento do governo federal, especialmente na mobilização de equipes técnicas para que a nova aduana esteja plenamente operacional.
“Saí muito otimista de Brasília. Tínhamos preocupação com o grande número de servidores necessários para a operação, mas o ministro Haddad e o secretário Barreirinhas foram categóricos: se a estrutura estiver pronta, a Receita Federal está pronta para atuar imediatamente”, concluiu.
A inauguração da nova aduana e da Ponte da Integração deve marcar um passo importante na logística de transporte da região, promovendo mais agilidade no comércio entre Brasil e Paraguai e aliviando o tráfego na tradicional Ponte da Amizade.