A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta terça-feira (26), a Operação Chave Mestra, com o objetivo de investigar um esquema de fraudes bancárias em prejuízo da Caixa Econômica Federal. As apurações indicam que criminosos teriam manipulado o sistema de validação biométrica, vinculando impressões digitais e imagens faciais próprias ao cadastro de clientes, o que possibilitou movimentações financeiras indevidas em contas correntes e poupanças.
Um mandado de busca e apreensão foi cumprido em Londrina, expedido pela Justiça Federal de Foz do Iguaçu. A medida busca reunir provas que permitam esclarecer a forma de atuação do suspeito e verificar se há outras pessoas envolvidas no esquema criminoso.
As investigações tiveram início após comunicação formal da Caixa Econômica Federal, que relatou contestação de um cliente sobre diversas transações não reconhecidas em sua conta corrente e poupança. A partir dessa denúncia, a Polícia Federal instaurou inquérito e passou a monitorar a fraude.
Auditoria interna realizada pela instituição bancária confirmou indícios de manipulação no processo de validação biométrica, tanto digital quanto facial. O procedimento teria permitido que o suspeito vinculasse sua própria biometria ao cadastro da vítima, conseguindo assim realizar saques e transferências de forma ilícita e sem despertar suspeitas imediatas.
Os fatos apurados configuram, em tese, o crime de furto qualificado mediante fraude (art. 155, § 4º, II, do Código Penal). A legislação prevê pena de dois a oito anos de reclusão, além de multa, para quem for considerado responsável pelos delitos identificados durante a investigação policial.
As diligências seguem em andamento para identificar todos os possíveis envolvidos e dimensionar a extensão dos prejuízos. O objetivo é reunir elementos suficientes para responsabilizar os autores e evitar que novas fraudes sejam cometidas contra correntistas e a própria instituição financeira.
O nome da operação – “Chave Mestra” – faz referência ao método utilizado pelo criminoso. A biometria, que deveria funcionar como chave de segurança única e intransferível, foi adulterada para criar uma espécie de “chave mestra”, capaz de abrir caminho para o acesso indevido a valores pertencentes a outra pessoa, como se o autor fosse o titular legítimo.