O prefeito de São Miguel do Iguaçu, Boaventura Manoel João Motta (MDB), que exonerou a esposa do cargo de secretária da Assistência Social na última sexta-feira, após recomendação do Ministério Público. Lenir da Silva Motta ocupava o cargo comissionado desde o início do segundo mandato, ainda mantém quatro parentes nomeados em cargos comissionados na administração pública municipal.
A filha, Adriana da Silva Motta, que é secretária da Saúde e recebe salário mensal de R$ 10.829,12, tendo concluído o ensino médio no Ceebja. A ex-nora, pedagoga Solange Gamba, mãe de duas netas de Motta, ocupa o cargo de secretária de Educação, com rendimento mensal de R$ 15.103,59.
Também integram a gestão Karen Elias Falleti Rodrigues, neta de uma irmã do prefeito, que atua como chefe da Divisão da Equipe de Reabilitação Multiprofissional, com salário de R$ 5.047,43 e formação não divulgada; e Felipe Paghia, outro neto de irmã do prefeito, que tem apenas o ensino médio e ocupa o cargo de secretário Municipal de Viação, recebendo R$ 10.829,12.
Paghia, recentemente, assinou Acordo de Não Persecução Penal – ANPP, com o Ministério Público para não responder criminalmente por crime ambiental. O secretário e um servidor público municipal confessaram que utilizavam espaço no pátio de máquinas do município para lavagem e lubrificação de veículos e máquinas pesadas que acabou por contaminar com combustível e derivados o solo do local.
Também confessaram que danificaram floresta considerada de preservação permanente, com utilização de maquinário agrícola para soterrar entulhos, pedras e vegetação ciliar, totalizando uma área equivalente a 0,45 hectares, sem autorização sem licença ou autorização dos órgãos ambientais competentes vegetação de área protegida. Para que o acordo tenha validade os acusados terão de pagar multa de 1,5 salário mínimo cada e reparar integralmente os danos causados.
Além de familiares, o prefeito reeleito ainda nomeou Marlei Scussel Farias, esposa do vereador Raulique Farias (MDB), como diretora de Cultura, com salário de R$ 5,735,73. Motta mantinha ainda sua esposa, Lenir da Silva Motta, como secretária de Assistência Social, também com salário de R$ 10.829,12. Na última sexta-feira, o prefeito exonerou a pedido a primeira-dama, que estava no cargo há cerca de 18 meses.
A exoneração de Lenir se deu em atendimento à recomendação do Ministério Público, que, através de um procedimento administrativo, identificou possível omissão e gerência irregular da pasta. A recomendação do MP apresentou como principal motivação, a falta de comprovação da qualificação técnica da secretária para exercer o cargo.
Procurada pela reportagem da Rádio Cultura, a Assessoria de Imprensa informou que: “A Karen é servidora nomeada desde 2019, de gestão anterior à primeira do prefeito Motta. Ela e o Felipe não possuem parentesco até 3° grau com o gestor. A Solange é servidora efetiva (professora) desde 1996 e não possui parentesco com o prefeito. A Adriana é a única integrante da família, mas, assim como os demais, ocupa o cargo por capacidade e qualificação”. A assessoria deixou de responder aos demais questionamentos. Assim que houver manifestação, a matéria será atualizada.