O Sesc Paraná excluiu dos Jogos Comerciários do Paraná, evento que está em andamento, o time de vôlei feminino de um time amador de Cascavel, por causa da atleta Victoria P. L., em transição de gênero. A competição acontece em Foz do Iguaçu.
A alegação da comissão técnica da etapa da Macrorregional de Foz do Iguaçu, é de que ‘a atleta embora esteja sob acompanhamento médico e em tratamento hormonal, os documentos enviados comprovam apenas o agendamento de exames futuros, sem a apresentação dos respectivos laudos ou resultados exigidos para a validação da participação’.
Já a atleta conta que o regulamento dos jogos não previa a necessidade de apresentação de qualquer testagem e que se sentiu ‘invalidada’ com a decisão da comissão organizadora. A equipe recorreu administrativamente, mas Victória não acredita numa mudança de postura da organização, visto que os jogos seguem acontecendo.
Victória de 19 anos e 1,73m de altura, iniciou a transição há cinco anos. Segundo ela fez por conta própria e, desde 2022, estava na fila para acompanhamento médico pelo SUS. Só recentemente conseguiu a primeira consulta. Seu exame de testagem hormonal está agendado para o começo de agosto e ela segue em tratamento com endocrinologista.
Sua nova certidão de nascimento é datada de 11 de junho do ano passado. A jovem ainda não passou pelo procedimento cirúrgico denominado redesignação de sexo. “A cirurgia particular custa em média R$ 120 mil e pelo SUS pode levar em média uns vinte anos”, explicou.
A jogadora faz faculdade de educação física e se assumiu uma mulher trans aos 15 anos. “Minha liberdade com minha mãe, em saber que estava em um lugar seguro e acolhedor e que sendo quem sou, não correria risco (me assumindo)”, contou.