Dados do Cadastro Único, extraídos via CECAD 2.0 (Consulta, Seleção e Extração de Informações do CadÚnico), apontam que 8.575 pessoas idosas (pessoas com 60 anos ou mais) vivem sozinhas em Foz do Iguaçu. Os números foram divulgados pelo Observatório de Vigilância Socioassistencial, realizado pela Secretaria de Assistência Social.
De acordo com o observatório, o número expressivo é uma indicação de alerta para a rede de proteção social, especialmente no que diz respeito ao risco de isolamento, negligência e vulnerabilidade social. Viver sozinho na velhice pode indicar autonomia, mas também pode sinalizar ausência de vínculos familiares e comunitários.
Por isso, segundo o relatório, é fundamental que os serviços da assistência social estejam atentos a esse público, com estratégias de busca ativa, acompanhamento e fortalecimento das redes de apoio. Para enfrentar o problema, a prefeitura de Foz está elaborando um projeto, que deve ser enviado para a Câmara Municipal de vereadores que tem como objetivo incentivar as famílias a cuidarem de idosos.
O projeto denominado Bem-Viver Iguaçu – Laços vai identificar os idosos com nível de vulnerabilidade elevado e subsidiar com recursos a família para que não rompam o vínculo com ele. Segundo o secretário, as famílias passarão por um processo de seleção com critérios técnicos para identificar se estarão qualificadas para assumir a responsabilidade.
“Os recursos já estão locados na secretaria, para que esse idoso não vá para uma ILPI (Instituição de Longa Permanência de Idosos), para que ele se mantenha no seio familiar, então vamos subsidiar famílias para mantê-lo bem” explicou Thomazi.
O projeto está de acordo com o que apontam os dados do CadÚnico. Segundo a pesquisa, o cuidado com a pessoa idosa é, majoritariamente, responsabilidade das famílias, o que reforça a necessidade de políticas públicas que apoiem esses cuidadores informais e ampliem a rede de atenção ao idoso em situação de vulnerabilidade.
Entre os idosos cadastrados no Cadastro Único, a maior parte daqueles que recebem algum tipo de apoio é assistido por familiares. Entre os idosos com mais de 65 anos, 1.201 relataram receber apoio da família, e entre os de 60 a 64 anos, 295 relataram receber apoio.
A ajuda por parte de vizinhos e instituições é menos frequente: 68 idosos relataram apoio de vizinhos, enquanto 29 disseram receber apoio de alguma instituição. O cuidado prestado por profissionais especializados ainda é bastante reduzido — apenas 24 idosos indicaram receber esse tipo de suporte, fato que pode estar relacionado a vários aspectos, como endividamento, abandono afetivo por parte da família, entre outros.