O Conjunto Bubas, maior invasão do estado do Paraná, que abriga cerca de duas mil famílias, mais de seis mil pessoas, numa área de 522 mil metros quadrados, deverá passar nos próximos anos por uma urbanização quase que completa.
A aglomeração urbana que começou a se formar em 2013 provocou uma batalha judicial pela permanência das famílias naquele terreno, que era propriedade particular. Com a intervenção da Defensoria Pública, representando os moradores, foi feito um acordo para a regularização fundiária com indenização aos antigos proprietários.
Os próprios moradores fizeram a divisão dos terrenos, que medem cerca de 200 metros quadrados cada um, e construíram barracos, casas de alvenaria ou madeira e lá permaneceram desde o início da invasão. Porém, serviços essenciais, como saneamento básico, não existem. Os moradores se valem de água que é distribuída a partir de ligações clandestinas. O esgoto a céu aberto também é uma porta de entrada para doenças, especialmente em crianças e idosos. O novo bairro carece ainda de áreas de lazer, arborização, coleta de lixo eficiente, numeração predial (as entregas de correspondências são feitas na sede da associação de moradores onde os destinatários retiram) e segurança mais efetiva.
Nesta semana a prefeitura publicou o edital de licitação para início das obras de infraestrutura, que inclui pavimentação em bloco de concreto, redes de drenagem, de água e de esgoto, além de serviços preliminares de drenagem, base e sub-base, revestimento, meio-fio com sarjeta entre outros. É o primeiro passo para dar ao espaço ares de cidade e aos moradores o mínimo de dignidade.
O conjunto de obras está orçado em R$ 25.796.835.56, e, o vencedor da concorrência pública, terá três anos para conclusão dos trabalhos. Os recursos para a obra são dos governos federal, estadual e municipal. A abertura dos envelopes com as propostas acontece no dia 24 de julho e, após assinatura do contrato, a vencedora tem 21 dias para início dos trabalhos.