Mensagens de WhatsApp reforçam acusação contra Pâmela e Bruno na morte de Zarhará

Nesta quarta-feira, acontece a audiência de instrução que vai definir se ambos irão a Júri Popular.

Em conversa de WhatsApp, mantida entre a acusada Pâmela da Silva de Campos e sua irmã Ester, poucos dias após a morte de Zarhará Hussein Tormos a segunda mostra prints de postagens em redes sociais sobre o assunto, ao que a primeira diz: `sete palmos abaixo da terra; que fique; esse diabo´.

A irmã conta que a postagem dava conta de que a vítima teria levado três tiros (o laudo de necrópsia mostra que foram cinco) e Pâmela se vangloria: ‘vou levar a pistola para ela ver quantos tiros eu dei’.

A conversa prossegue e, sem demonstrar arrependimento, Pâmela completa: ´se tiver de pagar, vou pagar com gosto. nem violência a menina sofreu. No primeiro tiro já foi com Deus’.

Estes dados constam do inquérito policial que embasa a acusação de homicídio qualificado contra Pâmela e seu namorado Bruno Martini. As degravações de mensagens trocadas entre Bruno e Pâmela, também colocam o rapaz no centro da acusação, porém a polícia não precisou qual a real participação dele no crime. A dúvida é se ele também esteve no local e momento em que Zarhará foi morta ou aguardou em outro local, para levar Pâmela para casa.

O crime aconteceu em fevereiro e a polícia descobriu que a vítima foi rendida em seu próprio veículo ao sair da faculdade. Como o carro estava numa rua escura, sem monitoramento, não é possível saber se apenas Pâmela ou havia terceiro integrante. “A dinâmica empregada na prática do crime evidencia o envolvimento de mais de uma pessoa, já que a vítima foi encontrada amarrada pelas mãos e pelas pernas, provavelmente para que não oferecesse resistência enquanto seu algoz diria o veículo até o local em que foi executada a tiros”, relata a Polícia Civil.

Também reforça a tese de um terceiro envolvido a forma como o banco do motorista do carro de Zarhará estava ao ser encontrado pela polícia. “o banco do carro da vítima foi encontrado (bastante reclinado)”.  Pâmela tem baixa estatura.

As trocas de mensagens entre Pâmela e Bruno demonstram claramente que ele tinha ciência da premeditação do crime. A ré envia para ele foto do revólver calibre 38, o mesmo modelo usado no crime e a tornozeleira embrulhada em papel alumínio. Também orienta ele a vender um notebook que tem as mesmas especificações do pertencente à vítima, além de responder à dúvida de Pâmela sobre a utilização do aparelho telefônico do mesmo modelo subtraído da vítima.

Em outra troca de mensagens, Pâmela manda para Bruno uma foto da CNH de Zarhará destruída, crime pelo qual também responderá.

O inquérito é bastante detalhado e traz farta comprovação da participação de ambos. Porém, a polícia ainda não ident6ificou a motivação do crime. Bruno se declarou inocente e Pâmela permaneceu em silêncio durante o interrogatório, assim como sua irmã Ester.

Hoja, às 13h30, a juíza Danuza Zorzi Andrade, da 1ª Vara Criminal de Foz do Iguaçu, ouve os acusados, policiais e testemunhas apontadas pelos réus e Ministério Público. Em sua sentença a juíza vai decidir se os réus irão a Júri Popular pelo crime.

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