Audiência do caso Zarhará termina sem conclusão sobre a motivação do crime

Juíza marcou para o dia 1º de julho o depoimento dos réus; defesa de Pâmela diz que ela não falará.

Foi encerrada às 18h a primeira parte da audiência de instrução do caso Zarhará Hussein Tormos. A juíza Danuza Zorzi, da 1ª Vara Criminal de Foz do Iguaçu, agendou a continuidade da instrução para o dia primeiro de julho. Na ocasião será ouvido o réu Bruno Martini. A defesa de Pâmela Silva adiantou que ela deverá se manter em silêncio, tendo a intenção de falar somente diante do Tribunal de Júri.

A audiência teve início pontualmente as 13h30, com a presença virtual de juíza, promotor, defesa, acusação, testemunhas e réus. A primeira ser ouvida foi a mãe de Zahara, Anamir, que, muito emocionada, relatou os últimos dias de vida da filha e a agonia no período em que ela permaneceu desaparecida. Zarhará desapareceu dia 26 de fevereiro e seu corpo só foi encontrado no dia 28.

A genitora disse que a filha conhecia superficialmente Pâmela, com quem mantinha um acordo de divulgação do seu trabalho como designer de sobrancelha tão somente. Sobre Bruno, disse nunca ter ouvido falar.

Na sequência os peritos detalharam o trabalho desenvolvido na fase de inquérito, com análise de imagens, decodificação de telefones celulares, cena do crime, entre outras. Todas provas apontaram de forma incisiva para o casal de réus, que está preso desde a época do homicídio.

Durante seu depoimento, um dos investigadores, respondendo o assistente de acusação, negou que haver indícios de que a vítima saia com homens casados ou estaria envolvida com alguma rede de prostituição. Para ele a motivação do crime seria a inveja que Pâmela nutria de Zarhará.

Os depoimentos das testemunhas arroladas por ambas as partes pouco acrescentaram ao que já se sabia sobre o caso. Pra acusação ficou claro que “o crime foi arquitetado, planejado, com participação igualitária pelo casal. Resta saber a motivação do crime, se foi inveja, se foi ciúmes”, declarou o advogado André Freire.

Durante toda a audiência, que durou cerca de quatro horas, o que mais chamou atenção foi a expressão de tranquilidade e até deboche da ré Pâmela. Ela riu durante algumas declarações das testemunhas, balançou a cabeça em concordância ou discordância de algumas conclusões dos peritos e se mostrou bastante indiferente aos detalhes macabros e à tristeza das testemunhas de acusação. Enquanto isso, do lado de fora do fórum, amigos e familiares fizeram um protesto silencioso pedindo justiça.

O promotor do caso, Nielson Norberto Azeredo, não está convencido de que o casal agiu sozinho. Para ele, pela dinâmica do crime, pode haver mais uma ou duas pessoas envolvidas na morte da jovem estudante de biomedicina, de apenas 25 anos.

Após a conclusão da instrução, os advogados terão prazo para manifestação final e o caso vai a sentença. Como se trata de um crime contra a vida, a juíza deverá decidir se os réus vão à Júri Popular.

Neste caso, um corpo de jurados, após ouvirem todos os fatos relacionados ao crime decide o destino de Bruno e Pâmela que, se condenados, poderão pegar até 40 anos de prisão.

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