A Nona Regional de Saúde, que engloba Foz do Iguaçu e outros nove municípios na região, só dispõe de seis leitos de UTI Pediátrica, credenciados pelo SUS, e que funcionam no Hospital Itamed. Esses leitos atendem crianças de dois meses a 12 anos.
Durante o ano todo a lotação destas vagas é uma constante, mas quando chega nesta época do ano, com a maior incidência das doenças respiratórias, a situação fica crítica. Na semana passada uma criança foi a óbito aguardando um leito de UTI, que não vagou a tempo. Sempre há o nome de algum pequeno paciente no painel do Núcleo de Regulação do Hospital Municipal de Foz e de outras unidades hospitalares da região aguardando transferência para o hospital de referência.
Os pacientes pediátricos da Nona Regional têm à disposição 0,11 leito de UTI para cada mil crianças, quando o ideal seriam 4 leitos para cada mil. No Paraná nenhuma regional atinge, nem de longe, este índice preconizado pela Sociedade Brasileira de Pediatria. A melhor situação no Estado é da regional de Ivaiporã, com 0,74 leito por criança, seguida por Pato Branco com 0,48.
Ocorre que em Foz do Iguaçu, o cálculo não inclui as crianças com doenças graves vindas do Paraguai e Argentina e que utilizam leitos infantis. Isso torna a situação ainda mais trágica. Estima-se que a cidade receba dobro de pacientes contabilizados pelo SUS se somados os estrangeiros.
É um cenário em que, a necessidade de unidade de terapia intensiva para uma criança em estado grave, é sempre motivo de preocupação extrema para as equipes médicas, pois nunca se sabe se será possível salvar aquela vida. A imensa maioria dos pacientes que utilizam UTI infantil são crianças até um ano de idade.
A situação para os neonatos é um pouco melhor. Existem em Foz, também no Hospital Itamed, oito vagas de UTI Neonatal SUS para bebês de até 28 dias, ou que pesam até 1,5 kg. Estes equipamentos atendem eminentemente prematuros, crianças nascidas a termo, mas com doenças congênitas, ou que tenham sofrido alguma intercorrência durante o parto.
A cidade também não oferece muitas opções para pacientes de convênios e particulares: são apenas seis vagas neonatal. A diária de um leito de UTI gira em torno de R$ 3.900.