Foz já contabiliza 384 acidentes graves envolvendo motos em 2025

Esse número é, proporcionalmente, 10% maior que no ano passado; estatística inclui apenas pacientes do SUS.

Na cidade em que as motos são um dos principais meios de transporte, pela economia e mobilidade, acidentes também são bastante comuns. Entre o dia primeiro de janeiro de 19 de maio foram 384 acidentes de razoável gravidade, em que os motociclistas precisaram de atendimento médico nas unidades de prontos atendimentos ou no Hospital Municipal. Nesta estatística não estão contabilizados os pacientes que foram atendidos em hospitais e clínicas particulares ou através de planos de saúde.

Esse número demonstra um crescimento proporcional de cerca de 10% se comparado com os números de 2024, quando foram registrados 871 acidentes envolvendo motos. Dados apresentados pela coordenadora do Programa Vida no Trânsito (PVT) em Foz, Lizandra Bezerra da Silva Santos, mostram que, apesar de avanços, os desafios ainda são grandes. Em 2024, dos 23 óbitos registrados em Foz, 17 foram de motociclistas — público mais vulnerável nas vias. Em 2025, até abril, já foram contabilizadas 9 mortes, sendo 6 de condutores de moto.

A faixa etária mais atingida está entre 18 e 29 anos, representando 62,1% das vítimas, sendo a maioria homens. “Nossa meta era reduzir em 50% os sinistros de trânsito. Felizmente, Foz alcançou uma queda de 61,6%, mas isso não significa que podemos relaxar. O trabalho precisa ser contínuo e focado principalmente nos mais vulneráveis: motociclistas, pedestres e ciclistas”, afirmou Lizandra.

Com o tema “Desacelere. Seu bem maior é a vida”, a campanha mobiliza diferentes setores do município e propõe uma agenda robusta de ações durante todo o mês de maio. Coordenada pelo Instituto de Transportes e Trânsito de Foz do Iguaçu (Foztrans) e pela Escola Pública de Trânsito, a programação inclui palestras, blitzes educativas, campanhas em escolas públicas e privadas, eventos com foco em pedestres, ciclistas e motociclistas, além de mobilizações em empresas e vias públicas.
O alto número de acidentes com motocicletas reflete, em grande medida, o aumento de vendas desse tipo de veículo. No primeiro trimestre de 2025, foram registrados quase 474 mil emplacamentos de motocicletas em todo o país, de acordo com a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). O aumento é de 9,63%, em comparação com o mesmo período de 2024, que teve pouco mais de 432 mil emplacamentos.

Além disso, o número em 2024 foi o mais alto desde o início da contagem, há 60 anos. Entre os fatores para esse crescimento de demanda, estão o aumento de serviços de delivery, a facilidade de financiamento e menor custo de aquisição frente a um automóvel, a precarização do transporte público e a redução do tempo de deslocamento no trânsito.

Acidente envolvendo moto é a principal causa de fraturas atendidas no Hospital Municipal. Tanto é assim que o HM já é considerado um hospital eminentemente de trauma. Os ferimentos podem tirar um trabalhador da ativa por vários meses, dependendo do grau da fratura. Sequelas também não são raras nestes casos.

 

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