Numa rápida assembleia online ocorrida nesta semana, o município de Foz do Iguaçu, detentor de mais de 90% das ações do Centro Internacional de Convenções (Ceconfi), fez aprovar a desapropriação do espaço e transferência para o governo do Estado. Além do município, também fazem parte da sociedade os governos estadual e federal e acionistas privados, que ao todo somam menos de 8% das ações.
O espaço, com área total de quase 100 mil m² e 31.860 m² construídos, desde sua construção, vem sendo subutilizado e representa mais custos que receita, acumulando prejuízo, segundo balancete de 2024, de R$ 2.223.188.
O espaço começou a ser construído há mais de 30 anos como uma ferramenta para incrementar o turismo de eventos, o que mais deixa divisas ao município, mas nunca conseguiu cumprir sua missão. Apesar de grande e extremamente bem localizado a concepção sempre foi criticada por profissionais do setor, quer seja pelo fato de, inicialmente, não contar com ar-condicionado, quer seja pela acústica e outros itens indispensáveis para a atração de eventos de grande porte.
Ao longo dos anos acabou relegado a sediar formaturas, eventos públicos, beneficentes e também se tornou um cabide de empregos, com salários altos e expediente encolhido. Administrado por indicações meramente políticas, o Ceconfi nunca teve uma equipe profissional do ramo, com raras exceções em um ou outro governo.
A pauta de eventos deste ano é composta por poucos eventos, como ocorreu em anos anteriores. A receita gerada por estas atividades nunca cobriu as despesas de manutenção e folha de pagamento, tendo o município que complementar a conta.
Apesar de poder ser chamado de elefante branco hoje, o Centro de Convenções tem potencial para se tornar uma grande atração, que não envolve, necessariamente, o turismo de eventos. E é nisso que o governo do Estado está mirando: transferir a administração para a iniciativa privada que também já tem planos para o local. Ou seja, o Estado servirá apenas como atravessador entre o município e a iniciativa privada!
Uma avaliação feita por técnicos da Caixa Econômica Federal, realizada em novembro do ano passado, precifica o Ceconfi em R$ 101.250.000. Resta saber quanto o município vai receber pelo imóvel e qual o valor que o Estado vai apurar no repasse à iniciativa privada.
De acordo com nota da prefeitura, com os recursos provenientes da desapropriação, a Prefeitura de Foz do Iguaçu planeja a execução de obras de grande importância para a cidade, como o Centro Cívico.