Bombeiros retomam combate ao incêndio no edifício em construção, em Ciudad del Este

Surgiram novos focos de incêndio; bombeiros de Foz ajudam no combate ao fogo. Prefeitura de CDL diz que o prédio em construção não poderia ser usado como escritório ou depósito de mercadorias.

O incêndio teria começado no 12º andar e se espalhado para diversos outros níveis. O prédio, de 25 andares, pertence à empresa Flytec e, mesmo em construção, alguns pavimentos já eram usados para depósito de mercadorias, a maioria produtos de fibra ótica.

Quando o fogo começou, por volta do meio dia dessa segunda-feira (12), um grupo de empregados da empresa trabalhava no local. Eles subiram para o terraço e todos foram resgatados pelos Bombeiros Voluntários. Por causa da intensa fumaça, um bombeiro e um trabalhador da construção precisaram de atendimento médico.

Com o surgimento de novos focos de incêndio, durante a noite, o trabalho dos bombeiros foi retomado na manhã dessa terça-feira (13). Para os jornais paraguaios, Antonio Arnaboldi, presidente do Corpo de Bombeiros Voluntários, falou das dificuldades na tarefa devido à falta de hidrantes para reabastecimento de água, por isso pediram apoio de outras unidades de combate a incêndios de Minga Guazú, Presidente Franco, Hernandarias e Foz do Iguaçu. Toda área ao redor do prédio segue interditada.

Sobre o auxilio dos bombeiros de Foz do Iguaçu, a Central de Operações do 9° Grupamento de Bombeiros sediado em Foz do Iguaçu, informou que estava monitorando a ocorrência desde seu início, porém, a Central de Bombeiros de Ciudad Del Este/PY solicitou apoio somente após as 18horas, dessa segunda-feira (12), para a fase de rescaldo, que consiste na extinção de pequenos focos de fogo dispersos na edificação para evitar reignição.

“Uma primeira equipe de Foz do Iguaçu, foi enviada para o local, sob o Comando do Capitão Willian Cesar Ferrandim, para apoiar os bombeiros paraguaios, permanecendo em Ciudad del Este até as 23h de ontem, quando o incêndio havia sido controlado. Porém, hoje, 13 de Fevereiro de 2024, o incêndio voltou a tomar força, e novamente militares do 9° Grupamento de Bombeiros foram deslocados em apoio aos Bombeiros Voluntários do Paraguai logo pela manhã. Desta vez, além de pessoal e viaturas, está sendo empregado também contra o fogo, Líquido Gerador de Espuma (LGE), como medida adicional ao combate a este tipo de incêndio.

O local apresenta uma série de dificuldades, pois, tratando-se de um alto edifício em obras, não há tubulações de prevenção de incêndio. Desta forma as linhas de mangueiras foram armadas pelas escadas ao longo de mais de 12 andares. Outra dificuldade, é a grande quantidade de fumaça no local, sendo necessário o emprego ininterrupto de equipamentos de proteção respiratória (EPR) pelas equipes de combate ao fogo, pois vários andares do prédio estavam sendo usados para depósito de materiais eletrônicos diversos, que provocam uma densa fumaça negra e tóxica”.

Até o momento não se sabe como o fogo começou, mas não está descartada a hipótese de um curto-circuito. A empresa também não divulgou o valor do  prejuízo com o incêndio.

Em nota, a prefeitura de Ciudad del Este, informou que foram designados procuradores para elaboração de um registo sobre o ocorrido e que esta medida corresponde, antes de mais, ao risco que representa devido à liberação de materiais e ao perigo de desabamento que um incêndio desta magnitude pode provocar num edifício “em construção sem autorização de funcionamento”.

A arquiteta Carmen Sanchez destaca que nem a construção, nem o prédio possuem autorização municipal para funcionar, seja para escritórios ou para uso como depósito. “É totalmente irregular, esta medida é irresponsável por parte da própria empresa. Em nenhum momento o Município viabilizou a construção”.

A nota diz ainda, que em nenhum momento os proprietários apresentaram sequer documento de vistoria final, que é  “a única coisa que autoriza o funcionamento de um edifício, dada por resolução municipal, que é o único documento que determina que um a construção esteja concluída para funcionar como tal”.

Procurada, a empresa preferiu não se manifestar.

 

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