Juíza do Trabalho dá prazo de 5 dias para Itaipu se manifestar sobre atraso de salários

Bloqueio no orçamento da usina impede a liberação de recursos para o pagamento de fornecedores, prestadores de serviços e funcionários da binacional. 

No despacho, no fim da tarde dessa segunda-feira (22), a juíza substituta da 2ª Vara da Justiça do Trabalho, Tatiane Raquel Bastos Buquera, dá um prazo improrrogável de 5 dias para a Itaipu se manifestar sobre o atraso no pagamento de férias e 13º salário. A manifestação da justiça veio depois que o Sindicato dos Eletricitários de Foz do Iguado (Sinefi), entrou com ação trabalhista cobrando providências da empresa binacional. É a primeira vez que um fato como esse acontece na Itaipu.

Na ação, conforme vídeo publicado pelo presidente do sindicato da categoria, Paulo Henrique Zuchoski, o Sinefi solicita, em caráter liminar, o imediato pagamento de férias que se encontram em atraso e do  13º salário, que havia sido prometido para o dia 12 de janeiro, assim como, que a Itaipu se abstenha de atrasar os salários a serem pagos no dia 25”.

Em nota, a Itaipu informou que “não foi notificada oficialmente da demanda. Tão logo seja intimada, atenderá ao prazo concedido apresentando as informações e esclarecimentos necessários ao processo. Estamos realizando todos os esforços para que a empresa volte a sua normalidade administrativa”.

O impasse veio depois que o lado paraguaio da Itaipu bloqueou o orçamento da empresa para 2024, como forma de pressionar o governo brasileiro para um acordo sobre a tarifa cobrada pela energia da usina. Essa  medida impede a liberação de recursos para o pagamento de fornecedores, prestadores de serviços e funcionários da binacional.

O Paraguai quer aumentar a tarifa provisória para 2024, fixada em US$ 17,66 por quilowatt (kW), aprovada pela Agência Nacional de Energia ( Aneel), em dezembro do ano passado. Os paraguaios querem que a tarifa fique próxima de US$ 20,75 por KW, o mesmo cobrado em 2022. Além da elevação do preço para a comercialização do excedente, os paraguaios também reivindicam vender a energia que sobrar, ou seja, que não for para o Brasil, a outros países.

No último dia 15 desse mês, em Brasília, o presidente Lula se reuniu com o presidente paraguaio Santiago Peña, para tratar sobre a tarifa da energia, mas não chegaram a um acordo.

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